Geral
A BRF de Francisco Beltrão foi habilitada a exportar peru para o México, com autorização do Serviço Nacional de Saúde, Segurança e Qualidade Agroalimentar (Senasica). O processo de habilitação incluiu uma auditoria da fábrica com oito horas de duração, feita por videoconferência, pela qual os auditores do governo mexicano inspecionaram, em tempo real, todas as etapas de produção.
Entre as lideranças locais consultadas pelo JdeB, a expectativa que fica é de que, no futuro, a companhia possa retomar os abates de perus. Luiz Tavares, gerente executivo de Relações Internacionais da BRF Brasil, afirma que “o formato da habilitação, por videoconferência, mostra a liderança da BRF nessa nova ferramenta que reduz custos para a empresa e para os governos estrangeiros, dando muito mais agilidade a este tipo de processo, ao mesmo tempo em que demonstra a segurança e a qualidade de nossos sistemas. Voltar a exportar o produto para a segunda maior economia da América Latina faz parte de nossa estratégia de crescimento de longo prazo da nossa Visão 2030”.
Na planta industrial de Francisco Beltrão, os abates de perus estão suspensos desde agosto de 2018. Cerca de três meses antes, a diretoria executiva da companhia decidiu suspender os alojamentos, abates e demitir os trabalhadores dos dois frigoríficos de perus de Beltrão. Cerca de 950 funcionários foram desligados da empresa, em diversos setores; além da desativação nos alojamentos em 500 aviários instalados na região de Francisco Beltrão, que eram tocados por 300 famílias.
Parte da estrutura ficou
Apesar da suspensão, a BRF manteve a parceria com o empresário Oscar Paulino de Moraes, que mantém granjas com matrizes para recria e produção de ovos férteis em Francisco Beltrão, Ampere e Barracão. Os ovos são enviados para o incubatório e depois para os avicultores integrados da região Oeste de Santa Catarina. Os abates de perus estão concentrados na planta industrial de Chapecó. Eventualmente, o frigorífico de Francisco Beltrão abate lotes de perus em apoio à unidade de Chapecó.
Expectativa de lideranças é que a BRF retome os abates de perus
Lideranças locais opinaram sobre esta decisão do governo mexicano de habilitar a unidade da BRF de Francisco Beltrão para exportar carne de peru. Tarsízio Bonetti, presidente da Associação Empresarial (Acefb), considerou uma boa notícia esta autorização, “até porque, se o governo mexicano habilitou, houve uma solicitação por parte da empresa”. Para Tarsízio, fica a expectativa de que a BRF possa voltar a alojar e abater perus aqui, “embora a empresa não queira se pronunciar”.
O presidente da Acefb salienta que “o nosso município é muito dependente do setor agro, é toda uma cadeia que movimenta, a ração, o transporte, os abates, combustíveis; se isso ocorrer, teremos uma elevação muito importante do PIB de Francisco Beltrão”.
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A presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Alimentos, Leonete Santos, diz que circulam comentários extraoficiais de que a empresa pode voltar a abater perus em Beltrão em 2022. A volta tem que ser bem planejada, porque envolve desde a produção de ovos férteis, de perusinhos, o funcionamento do incubatório, a definição de avicultores parceiros, a contratação de trabalhadores para o abatedouro e clientes nos mercados interno e externo.
Douglas Vargas, secretário da Associação de Avicultores Integrados do Sudoeste do Paraná (Avisud), diz que “não é de hoje” que surgem comentários sobre a volta do frigorífico de perus. “Desde 2018 já se falava que iria reabrir”, relata.
