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Três anos após desembarcar no Brasil, a haitiana Bebica Justin, 24, pode ter que deixar o País em breve. Mãe de uma menina de um mês, ela diz que precisará partir se as autoridades determinarem a desocupação do terreno que divide com outras 300 famílias, na Zona Sul de São Paulo.
Bebica e a filha se sustentam apenas com o dinheiro que o marido obtém com trabalhos informais. O orçamento familiar é tão apertado que a haitiana precisa escolher entre duas necessidades básicas: moradia e alimentação. “Se eu pagar o aluguel, não consigo comer. É complicado”, diz.
A família de Bebica é uma das mais de 84 mil vivendo sob ameaça de remoção em todo o Brasil, segundo levantamento da campanha Despejo Zero. Desde março do ano passado, quando iniciou a pandemia de Covid-19, mais de 14 mil famílias foram despejadas no País.
Há uma semana o Senado aprovou projeto de lei prevendo a suspensão do cumprimento de qualquer determinação de despejo coletivo até o fim do ano, valendo para terrenos invadidos até 31 de março de 2021.
O projeto, porém, ainda voltará à Câmara dos Deputados para aprovação final. destaque que busca excluir os imóveis rurais do escopo da lei. Depois, será enviado para sanção presidencial.