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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Moradores acabaram com área de mato e criaram um bosque comunitário

No local também há quadras de areia, um rancho e parque para as crianças.

Rodrigo, Vadson e Leoclides: organização da comunidade foi fundamental para criar espaço de lazer.

Quem vê hoje a estrutura montada pela Associação de Moradores do Bairro Jardim Floresta mal imagina como o local era há alguns anos. O matagal tomava conta de praticamente uma quadra inteira e, como o loteamento ainda era novo e havia muitas obras em andamento, a área se tornou um problema. Furtos de materiais de construção e ferramentas eram comuns e o local tomado pelo mato virava refúgio de quem queria se esconder ou ocultar objetos por um tempo.

Para dificultar o trabalho dos bandidos, os moradores se reuniram num mutirão, em 2015. Ao todo, 33 pessoas compareceram, levando foice, roçadeira, enxada e boa vontade. Em meio dia de serviço, a limpeza tinha avançado poucos metros, mas a ação foi importante porque plantou uma semente na comunidade. “Depois desse dia fizemos um grupo no Whats pra trocar informações, nos reunimos de novo pra terminar a limpeza e aí já montamos a associação, foram surgindo mais ideias e mais gente foi participando”, relembra Rodrigo Bitencourt, ex-presidente da Associação de Moradores.

Aos poucos foi sendo possível vislumbrar o que fazer com o terreno de 25 mil m². Na implantação do loteamento, o espaço foi destinado como área verde, então os moradores buscaram conciliar a ideia de um local bem arborizado, mas que pudesse se tornar seguro e ser utilizado por todos. O bairro estava em franca ascensão e era buscado por muitas famílias com crianças como moradia, então era necessário ter também áreas de esporte.

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Pra tirar os planos do papel, o pessoal da associação teve que arregaçar as mangas. A primeira promoção foi um festival de pastel, num fim de semana que o mundo desandou em chuva e o trabalho de preparação e venda teve que ser feito embaixo de uma lona improvisada na rua. Pelo menos o resultado financeiro foi bom, permitiu a compra de equipamentos para manter o local. Depois, a Associação foi uma das primeiras a criar uma mensalidade espontânea para os moradores. “A gente queria muito fazer as coisas e também que os outros moradores ajudassem a cuidar, então criamos a taxa de dez reais por família, que permanece a mesma até hoje, para que os sócios fossem ativos e se sentissem responsáveis pela estrutura”, conta Bitencurtt. Também foram criadas regras para uso dos espaços, tudo documentado no regimento interno da Associação.

Hoje, cerca de 15 mil m² de área são utilizados pelos moradores do bairro e também de outras regiões da cidade. No bosque, quase todas as árvores nativas foram mantidas – algumas em piores condições tiveram que ser retiradas – e outras 200 mudas vêm sendo plantadas constantemente. A organização da associação atraiu o olhar do poder público e isso facilitou a busca de parcerias. Muitas vezes a Prefeitura dava o material e os moradores se reuniam para colocar a mão na massa ou contratavam pessoal especializado.

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Foi assim que plantaram grama no bosque, cercaram parte do local, construíram um rancho usado para eventos em geral e também as quadras de areia. Somente uma das quadras é locada, o restante é de uso livre de qualquer pessoa. A união tornou o bairro uma referência no projeto de segurança Vizinhança Solidária (os furtos se extinguiram) e com o tempo até um Clube de Mães foi criado. Do Rotary e da BRF veio uma praça ecológica. Da Prefeitura uma academia ao ar livre. Quem cuida da estrutura é o aposentado Leoclides Reginatto, atento a cada detalhe, e que ajuda a manter o espaço impecável. Outra sacada foi usar as quadras para fazer o Esquenta Open, quando a Prefeitura anunciou a retomada da competição, em 2017. E aí vieram atletas até de outras cidades para o evento.

Os dirigentes da Associação têm orgulho do espaço que ajudaram a construir, mas ainda querem melhorias. Numa área de banhado com cerca de dez mil metros² há pretensão de construir um lago com pista de caminhada e iluminação. “Esse novo espaço viria agregar muito ao bairro”, resume o presidente Vadson Alves. A Prefeitura já indicou o investimento neste projeto: será uma nova opção de parque para os beltronenses e desta vez com a participação direta da comunidade.

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