Muito luxo nos vestidos do Miss Beltrão

A ideia inicial era aderir ao minimalismo, mas Gildo Kist percebeu que o público espera mais do que isso.

A princípio, Gildo Kist, estilista responsável pelos vestidos do Miss Beltrão, pensou em seguir as tendências minimalistas e apresentar vestidos mais lisos, com poucos bordados, mas, considerando que as pessoas esperam grandes produções para o evento, decidiu manter o luxo dos últimos anos. “A ideia inicial era valorizar o corte, em vestidos lisos, mas ficamos receosos, porque as pessoas esperam muito brilho e bordados”, afirma. 
Diferente das outras edições, desta vez o concurso coincidiu com o final de ano, por isso Gildo precisou conciliar com vários casamentos e formaturas. Somente num fim de semana, por exemplo, foram sete casamentos. “A época em que o Miss está saindo deixa a gente muito atormentado”, comenta. Nesta semana, ele concluiu os 13 vestidos das candidatas, que ainda são surpresa e somente serão revelados hoje à noite, no Marabá Centro de Eventos, numa organização da Mori Promoções. 

Miss Paraná em junho
Gildo volta a ser o estilista oficial do Miss Paraná. “Ano passado não quis participar porque não me senti à vontade, mas disseram que sem mim não tinha o mesmo glamour”, revela o estilista. O concurso estadual deve acontecer dia 3 de junho e a cidade ainda será definida.
Casamento de Cássio
Além da correria habitual de fim de ano, Gildo prepara o casamento do filho Cássio, que será dia 14 de janeiro. Ele está desenvolvendo um tecido exclusivo com sua criação, em parceria com a fábrica têxtil, assim como acontece na Europa, o que garante direitos autorais sobre o tecido. Dessa forma, vestirá damas, madrinhas e damas de honra especialmente para o casamento do filho. “É algo que nunca fiz para ninguém, até por ser algo exclusivo para a situação. É pensado naquele momento que vai ser vivido, depositamos toda a energia”, completa. 
O estilista conta que há pelo menos 30 anos faz vestidos de casamento e agora chegou a hora de casar seu filho. “Quando casei, já fiz o vestido da minha esposa (Claudeni)”, recorda Gildo, que começou a costurar aos 14 anos e, aos 17, vestiu sua primeira noiva. Na realidade, ele não sabe ao certo quantos vestidos já fez. “Errei de não ter registrado. Há cinco anos automatizamos o ateliê e aí sim dá pra ter uma ideia de números.”

Expofeira Mulher 2017
Gildo está na terceira geração, pois já vestiu mãe, filha e neta. Com três décadas de experiência, ele sente necessidade de mostrar pessoas normais na passarela, porque o padrão do corpo da brasileira, em média, é acima do manequim 40, por isso tem feito muitos tamanhos maiores, mas com características modernas, para que as pessoas se identifiquem. É o que ele deve apresentar na Expofeira Mulher 2017. “Fazer passarela é uma coisa, mas fazer o público consumir é outra.”