Após viajar o Brasil inteiro como caminhoneira, Veridiana volta a Beltrão como motorista de aplicativo.

Veridiane Dall’Agnol tem 29 anos. É uma mulher franzina e de fala espontânea; há dois anos entrou em um cabine de caminhão para se tornar motorista. Nesses anos, ela desbravou o Brasil em longas viagens sozinhas, conquistando uma liberdade que, segundo ela, só a estrada foi capaz de dar. “Eu sempre fui apaixonada por caminhões e pela liberdade e satisfação que a estrada traz. Não tem como explicar, é algo que eu só consigo sentir! Na estrada é onde me sinto viva!”
Foram inúmeras viagens com mercadorias refrigeradas, containers, carnes e verduras, sua grande paixão. Mas em dezembro do ano passado, devido a um procedimento de saúde, ela precisou deixar a estrada, porém não parou de dirigir.
“Eu não consigo, hoje, me trancar em um escritório como eu trabalhava antes. Ou em um outro lugar. Então a gente estava procurando algo que fosse rentável pra nós, eu e meu marido, e que fosse algo que eu gostasse de fazer, algo que me mantivesse livre, que eu tivesse meus horários e que fosse mais na rua. Foi por isso que optei ser motorista de aplicativo”, lembra.
A mudança, apesar de garantir retorno financeiro, não lhe dá a satisfação que a boleia dava, mas lhe permite viver histórias que só as viagens e o contato com os passageiros trazem.
Por ter um temperamento forte, Veridiane nunca se diminuiu ou achou qualquer desafio grande demais. Ela tem uma ideia firme: “Eu nunca me coloquei menos que um homem. Eu sempre me coloquei de igual para igual. Então eu não via dificuldades, eu via oportunidades. Nunca vi dificuldade, nem barreira. Eu nunca fui desmerecida na minha profissão. Teve comentários que me deixaram tristes, mas se você não der força pro mal, ele não vai te atingir.”
Para ela é claro: não há o que um homem faça que uma mulher seja incapaz de fazer.
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