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Francisco Beltrão
domingo, 29 de junho de 2025

Edição 8.235

28/06/2025

Na opinião de corretores, preço do alqueire pode variar de R$ 40 mil a R$ 130 mil

Na opinião de corretores, preço do alqueire pode variar de R$ 40 mil a R$ 130 mil

 Vista aérea do local onde será edificada a usina.
 Obras de preparação já iniciaram. 

 

Há algum tempo, a região Sudoeste acompanha as negociações rodeadas de desentendimentos, protestos e polêmicas sobre as desapropriações de imóveis rurais para a construção da Usina Hidrelétrica Baixo Iguaçu, nos municípios de Capanema, Capitão Leônidas Marques, Realeza, Planalto e Nova Prata do Iguaçu. A área do reservatório, que compreende 31 km², atingirá propriedades de mais de 350 famílias. Para o consórcio Geração Azul, os preços apresentados são justos e seguem a realidade de mercado da região. Para os proprietários, as propostas não têm agradado. Diante disso, surge um questionamento: afinal, qual é o preço médio real do alqueire (equivalente a 24.200 m² de área) na região do Vale do Iguaçu?

O Jornal de Beltrão ouviu vários corretores de imóveis dos municípios atingidos pela barragem, e, também, de outros municípios que passaram por situação semelhante no passado. Muitos não quiseram se manifestar sobre o assunto, outros disseram que precisariam fazer uma análise melhor no local. Mas, por fim, na opinião dos entrevistados, o preço médio do alqueire na região que será atingida pode variar muito, partindo de R$ 40 mil e podendo ultrapassar R$ 130 mil.

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Em sacas de soja

O corretor Luiz Mazutti, de São Jorge D’Oeste, já acompanhou negociações de terras desapropriadas para construção de usinas e, quando questionado sobre o valor médio na região da Usina Baixo Iguaçu, ele responde sem pestanejar: “Na maioria das áreas, o preço justo seria algo em torno de mil sacas de soja”.

Vera Bazanella, da Imobiliária Bazanella, de Capanema, acredita que é preciso avaliar muitas determinantes para se classificar o preço do alqueire, e as variações são significativas. “Temos acompanhado as negociações e uns falam um preço, outros falam outro. Enfim, por exemplo, nas proximidades da Estrada do Colono (Parque Nacional do Iguaçu), onde temos as melhores terras de Capanema, o preço do alqueire gira em torno de duas mil sacas de soja (o equivalente a quase R$ 130 mil). Já próximo da usina, uma propriedade de dez alqueires, por exemplo, onde tenha uns oito alqueires mecanizáveis, gira em torno de R$ 90 mil. Sítios menores, sem mecanização praticamente, em torno de R$ 45 mil o alqueire”, classifica.

A imobiliária atua há 30 anos em Capanema e já lidou com várias situações de desapropriações próximas de usinas. “Tem proprietário pedindo R$ 130 mil onde vale R$ 60 mil. Muitos aumentaram o preço quando veio a usina, só que a empresa tem pesquisa de preço de três anos atrás para comparar. O valor depende muito, depende do acesso, da distância da cidade e do asfalto, se tem benfeitorias, se a benfeitoria é de alvenaria ou madeira, se é nova ou não, se tem poço artesiano, demais construções, se a terra é boa para produção. Enfim, tem muito para se avaliar”, conta Vera.

Para o corretor Ruben Gallet, da Imobiliária Gallet, de Realeza, as terras de primeira, 100% mecanizadas, com boa água e localização, na região de Realeza, não baixam de duas mil sacas de soja (cerca de R$ 130 mil). “As terras de primeira por aqui estão nesta média. Mas para uma boa avaliação nestes casos de desapropriação, são avaliados dois ou três preços diferentes, conforme a situação de cada alqueire. As terras não mecanizadas, sem benfeitorias, ficam sempre em torno de R$ 40 a R$ 50 mil o alqueire”, aponta.

 

Preços muito baixos

Por diversas vezes, os proprietários das terras realizaram manifestações para reclamar o preço oferecido. Eles afirmam que o preço oferecido tem sido um terço do valor que deveriam receber. A empresa responsável realizou diversas reuniões e apresentou várias propostas de preços para os proprietários.

Em novembro do ano passado, quando a empresa apresentou um dos cadernos de preços, vários proprietários comentaram que com os valores muito baixos será difícil sair da região e se realocar em outro lugar, pois teriam dificuldades em adquirir outra área de terra com os recursos que receberiam. O caderno de valores apresentado na época sugeria preços a partir de R$ 19.500 por alqueire, podendo chegar a R$ 132 mil, dependendo do relevo e vegetação.

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