A incidência de síndrome urológica felina ou doença do trato urinário inferior pode ser maior nesses períodos.

Os animais, assim como as pessoas, também sofrem quando acontecem as inversões térmicas. O organismo sente essa mudança, principalmente o dos gatos, pois são animais de hábitos noturnos. Contraditóriamente, pelo mesmo motivo, eles têm grande capacidade imunológica. A entrada do inverno e, na região Sudoeste, os períodos também chuvosos deixam os donos mais atenciosos com os animais domésticos.
Nesta época, é mais suscetível o desenvolvimento da Síndrome Urológica Felina (SUF) – uma doença que debilita os gatos e atinge tanto as fêmeas quanto os machos. O médico veterinário Ronivan Gobbi, da Clinicão, em Francisco Beltrão, informa que nesta estação o metabolismo dos gatos diminui um pouco e isso faz com que eles bebam menor quantidade de água. “A falta de água pode causar problemas urinários, então o dono deve prestar atenção na caixinha de areia. Com a falta de água no organismo, a tendência é formar microcálculos e assim aumentar a incidência da síndrome”, alerta o doutor.
O proprietário de felinos deve oferecer bastante água para o animal e estimulá-lo a se movimentar dentro de casa, desta forma ele aumentará o consumo do líquido. “O primeiro sintoma é a dificuldade de urinar, o gato fica muito tempo na caixinha. Percebendo isso, precisa-se levar o animal para avaliação de um veterinário”, orienta dr. Roni.
Além de estimular o gato a beber água, existem rações para prevenir a doença, ou seja, elas contam com composição para estimular o animal a buscar o líquido. Os felinos são exigentes, não gostam de água parada há muito tempo, preferem quando ela está fresca e com movimento.
Viroses e o frio
Faringite, traqueíte, laringite e até pneumonia também podem acometer os gatos. O calicivirus felino e o herpesvírus felino afetam o sistema respiratório do animal e o contágio acontece somente com os felinos. No frio, essas doenças podem se manifestar e debilitar o bichano, então é aí que infecções bacteriológicas secundárias aparecem.
“São mais comuns bactérias Clamidia Psittaci e Mycoplasma, elas se aproveitam quando os vírus estão atuantes no organismo do animal. Para as viroses, atualmente existem vacinas eficientes, mas o animal pode contrair infecções por estar com baixa imunidade, portanto, os gatos mais predispostos a essas doenças são aqueles imunocomprometidos”, esclarece.
Os sintomas mais comuns são apatia, espirros e secreções nas narinas e olhos. Para ajudar a prevenir as doenças do trato respiratório, mantenha o animal dentro de casa, aquecido e deixe-o tomar sol nos horários mais quentes do dia. “Não o deixe tomar chuva neste período, o cuidado maior é necessário para não desencadear uma pneumonia. Caso ele chegue molhado, seque-o”, aconselha o veterinário.
Outros cuidados são a tentativa do uso de roupinhas (pelo menos nos dias mais frios), evitar o choque térmico, dar banhos nos dias mais quentes e, mesmo assim, secá-lo depois.
Atenção: A clamídia é uma bactéria transmissível ao ser humano. Ela é responsável também pelas conjuntivites. “Quando o gato estiver com sintoma de conjuntivite, é necessário fazer uma citologia para saber a causa da doença, porque ela pode ser uma zoonose”, reforça dr. Roni.
