Geral

Há 20 anos, Luiz Roque Bonkoski e sua esposa, Bernardete, contrataram uma máquina para fazer uma terraplanagem no sítio deles, que está localizado na Linha Divisor, em Francisco Beltrão, onde iriam construir a casa.
Logo que a máquina começou a trabalhar, ficaram muito assustados, pois começaram a aparecer muitas cobras. Entre elas, tinha coral, urutu, jararaca e cobra-d’água — eram todas cobras grandes. Até a máquina terminar os trabalhos, foram vistas 12 cobras.
No primeiro ano que estavam morando no sítio, quando chegou o verão, ao redor de casa, no paiol e até dentro do aviário começaram a aparecer muitas cobras, todas grandes e muito feias. Então, Luiz procurou e descobriu de onde elas estavam vindo.
[relacionadas]
Em uma parte do seu sítio, em torno de 250 metros de comprimento, passa a estrada no meio e, tanto na parte de cima quanto de baixo da estrada, tem muito mato com bastante pedras grandes e passa também uma sanga. Essa parte é onde fica a reserva ambiental. Lá é o lugar ideal para elas se criarem, com muitas pedras. A família ficou com bastante medo, pois são cobras muito venenosas. Mas, com o passar dos anos, foram se acostumando com os bichos.
[banner=100048]
Até hoje, porém, tomam cuidados essenciais: o pátio da casa está sempre limpo, trabalham sempre de calçado fechado e com muita atenção, principalmente quando vão arrancar feijão.
Para a noite, iluminaram tudo ao redor da casa e colocaram proteção embaixo das portas, também cercaram a casa com tela. A maior segurança deles é o cachorro de estimação Falcão, um pastor alemão capa preta, que de longe avista as cobras e começa a latir, daí elas recuam.

Agora, entre os meses de dezembro e janeiro, sempre são encontradas muitas cobras mortas; durante a noite, elas vão atravessar de um lado pra outro da estrada e são atropeladas pelos carros. Nesse trajeto, ninguém passa a pé durante a noite, pois é bem fácil se deparar com uma enorme cobra. Ha três anos Marlene de Barba, que mora na vista Alegre, Enéas Marques, viu uma que media em torno de quatro metros de comprimento por 15 centímetros de circunferência. Foi tudo muito rápido, logo a cobra se entocou nas pedras do sítio do Luiz.
[banner=100068]
Luiz e Bernardete têm os filhos Robson e Clarice, os netinhos Rafael e Leonardo e o genro Rodrigo. A única que foi picada foi a Clarice, e por sorte foi uma cobra-d’água, que não tem veneno. Quem não acredita nessa história, o Luiz convida para fazer uma visita ao seu sítio enquanto é verão. Quando Luiz vem pra cidade, ele sempre para no bar e mercado do Primo Martini, no Bairro da Cango. Lá, ele é conhecido como “Homem das Cobras”.