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Na década de 1980, o governo José Richa (em memória) iniciou o Programa de Inseminação Artificial (PIA) para melhorar a qualidade genética no rebanho bovino leiteiro paranaense. O programa teve a adesão da maioria das prefeituras e a qualidade do gado leiteiro foi melhorando, ainda que lentamente. Na década de 1990, o município de Eneas Marques deu um passo à frente na pecuária leiteira ao receber um entreposto da Parmalat.
A empresa passou a estimular a melhoria da qualidade genética dos animais e a maior produtividade de leite nas propriedades. Foi também na década de 1990 que os municípios sudoestinos passaram a ver na bovinocultura leiteira uma forma de manter o homem no campo. Com políticas voltadas para a melhoria genética e assistência técnica prestadas por cooperativas, a Emater e as secretarias municipais de Agricultura, a produção leiteira regional aumentou, mais famílias aderiram à atividade e também foram instalados vários laticínios.
Hoje, quase todos os municípios do Sudoeste têm laticínios de portes que variam de pequeno a grande. E Eneas Marques continua incentivando a atividade leiteira. A produção anual está na faixa de 36,9 milhões de litros de leite. O entreposto de resfriamento de leite não é mais da Parmalat, mas continua funcionando no município. Vários laticínios da região também compram a produção local. Agora, o prefeito Edson Lupatini quer incentivar a instalação de pequenos laticínios de contêiner, que demandam baixo investimento.
Avanço na atividade leiteira
Recentemente, o prefeito Lupatini, assessores e produtores rurais estiveram em Chapecó (SC) conhecendo empresas que fabricam equipamentos para laticínios no sistema de contêiner. “É inegável que teve muitos avanços nesses últimos anos, com o nosso prefeito Maicon, mas é muito importante salientar que nós precisamos agregar valor à nossa matéria-prima. O leite que é produzido aqui no município dá em torno de 30 a 35 milhões anuais de litros, decorrente de um trabalho constante, renitente e continuado da nossa administração, da administração do Hélio Parzianello (em mémória), da administração do Maicon Parzianello, que veio fomentando tecnologia, a ponto de nós chegarmos a uma bacia leiteira fundamental aqui no Sudoeste.”
Lupatini, no entanto, enfatiza que “o que precisa, realmente, é agregar valor a essa produção. Por isso, fomos conhecer [em Chapecó] um laticínio-contêiner, que já está lá há alguns anos, que fomentou em diversas regiões [outros laticínios], e a ideia seria trazer aqui um módulo experimental pra que o produtor pudesse criar iniciativa, coragem, que tivéssemos investidores para agregar valor na matéria-prima que nós temos aqui: o leite”.
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Essa iniciativa daria uma sustentabilidade financeira para as propriedades rurais. Poderiam ser produzidos puína tradicional, manteiga e queijos. Adequação do SIMO prefeito está pensando também na outra ponta — o varejo. Os queijos coloniais estão ganhando o gosto do consumidor. Em março de 2020, em Francisco Beltrão, o secretário estadual de Agricultura, Norberto Ortigara, assinou ato oficial de regulamentação do Susaf (Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte).
Este documento passou a permitir que pequenas agroindústrias de alimentos de origem animal — derivados de queijo, suínos e mel — possam comercializar seus produtos em todo o Paraná, desde que atendidos diversos requisitos. Uma das exigências da Seab e Adapar às prefeituras é que os serviços de inspeção municipal (SIM) sejam readequados, afinal, os técnicos dos SIM continuarão fazendo as vistorias nas agroindústrias certificadas pelo Susaf.
Lupatini argumenta que “o Governo do Estado facilitou muito isso para os municípios. Nós temos o SIM, vamos fazer uma readequação na nossa lei e vamos possibilitar no município não só a venda interna [local], precisamos vender esses produtos em nível estadual e isso nós vamos fazer: é um compromisso assumido de fazer a expansão dessa atividade e ter o reconhecimento pra poder vender a nossa produção em nível estadual”.