Geral
Representantes do grupo de WhatsApp Empresários Unidos buscaram apoio do Núcleo das Imobiliárias de Francisco Beltrão (NIFB), que é ligada à Acefb (Associação Empresarial de Francisco Beltrão).
A situação é preocupante. Tem empresas do comércio e prestadoras de serviços que perderam de 45 a 80% de seu rendimento e têm no aluguel um custo alto. É o caso dos restaurantes: cerca de 70% pagam aluguel.
Após ouvir os relatos dos empresários, o coordenador do Núcleo, Luiz Alberto Tomazoni Filho, disse que reconhece a delicadeza da situação. Ele defende o conceito de que “somos uma comunidade, um depende do outro, e estamos vivendo um momento de solidariedade”.
Inquilinos argumentam que há locadores que não abrem mão de descontos nos reajustes, mas por seu lado não investem em seus imóveis e se mostram insensíveis para a crise que está atingindo muitas empresas e cujo agravamento pode resultar em muitos desempregos, prejudicando famílias.
Os empresários mostraram ao coordenador do Núcleo uma carta que redigiram para apresentar aos donos de imóveis para alugar. Tomazoni sugeriu que a carta seja apresentada a todos e que seja analisado caso por caso, “tanto do lado dos inquilinos como dos proprietários de imóveis, para que possam fazer uma negociação o mais sadia possível, seja pelo parcelamento, seja pelo não aumento do aluguel, seja inclusive pela troca de mercadorias”. Há casos, segundo Tomazoni discutiu com os empresários, em que é possível pagar o aluguel com mercadorias ou serviços do inquilino.
O uso individual da carta se deve à diversidade de situações, dos dois lados. Quando o proprietário investe no imóvel e o locatário está num ramo não afetado pela pandemia, não tem muito o que negociar. Mas quando o local é o mesmo, mas a situação da empresa está sendo prejudicada pela pandemia, o bom senso deve prevalecer, pedem os empresários que querem ajudar nessas negociações.
O setor que reivindica informa que representa 20% da economia do município. Veja a íntegra da carta.
Carta Aberta
Apelo aos Locadores de Imóveis
Nós, grupo organizado de empresários do comércio de Francisco Beltrão, ligados ao setor de confecções, calçados, bares e restaurantes, que pagamos aluguel de imóveis aos locadores de nosso município, atravessamos uma grande dificuldade em estar regularmente em dia com as despesas de aluguel devido à pandemia da Covid-19.
Ressaltamos que as vendas do comércio local despencaram de 50% a 80% desde o início da pandemia, dificultando o pagamento regular dos aluguéis. Não queremos demitir ainda mais funcionários e nem fechar nossas empresas, isso porque infelizmente deve ocorrer o fechamento em massa de empresas, caso o comércio local não tenha apoio de todas as esferas – municipal, estadual e federal.
Tal situação pode desencadear uma onda de desemprego local e uma considerada diminuição no recolhimento de impostos ao município. Nessa fase tão turbulenta, em que todos somos prejudicados, já sugerimos iniciar uma renegociação dos valores dos aluguéis junto aos locadores, contudo não obtivemos sinais de flexibilização (redução) nos valores.
Várias são as ações e orientações emitidas por entidades competentes para que possamos passar por este momento com o menor dano possível. Usamos uma citação para ilustrar nosso anseio:
‘Renegociação dos aluguéis’, ‘descontos nos aluguéis’, ‘valores foram reduzidos apenas temporariamente e deverão ser repostos em parcelas futuras’. Esse processo de acerto entre os locatários de imóveis e os proprietários evitou (…) um aumento expressivo da inadimplência’. ‘“O que a gente orienta é fazer concessões recíprocas. Talvez postergue o pagamento desse aluguel que ficou aberto, talvez não onerando o locatário com multas”. ‘Negociar para não perder’ (…). Edição: Graça Adjuto – www.agenciabrasil.ebc.com.br.
Por isso, nos unimos e formalizamos uma comissão de empresários para sensibilizar os proprietários de imóveis, visto que o comércio beltronense é responsável por 20% da economia do município.