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Francisco Beltrão
segunda-feira, 09 de junho de 2025

Edição 8.221

07/06/2025

Número de edificações reduz e mercado imobiliário retrai

 

A boa notícia é que o comércio continua
investindo em Francisco Beltrão.

 

O mercado imobiliário de Francisco Beltrão teve redução no índice de edificações em 2013. O setor de obras da Secretaria de Urbanismo emitiu no ano passado 753 alvarás, totalizando 186.695,86 metros quadrados de construção. Houve uma redução de 13% se comparado com o ano de 2012, quando foram emitidos 807 alvarás e registrados 215.643,65 m². Contudo, nos últimos 10 anos o município continua com números excelentes, com aumento de 148% na metragem construída. Novos prédios, casas, obras particulares e públicas estão ditando o crescimento urbano.

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O segmento responsável pela maioria das novas construções, o residencial, teve uma queda de 7,9%, diminuindo de 141.265,53 m² para 130.014,66 m². Os números não refletem o esgotamento da demanda por novas habitações, porém, há uma clara tendência de estabilização do mercado devido aos altos preços praticados e ao aumento da taxa de juros do país.

Por outro lado, o setor empresarial continua apostando na cidade e os investimentos estão crescendo no comércio. A área construída subiu de 32.788,53 para 47.182,01 (43%) em um ano. No ramo industrial, a história é diferente, a metragem de novas obras caiu de 9.641,54 para 3.762,58 (60%).

Ao mesmo tempo em que houve uma redução na metragem de obras residenciais, o município registrou um aumento de 4% no número de ligações de energia elétrica. Uma das explicações é que o tamanho das moradias está menor. A informação é bastante relevante, pois demonstra o crescimento do número de imóveis a partir dos novos consumidores de energia elétrica urbana.

Nos últimos cinco anos, Francisco Beltrão contabilizou um aumento de 21.879 ligações para 26.500, um salto de 21%. Só em 2013, a Copel registrou no município 1.099 novas ligações residenciais de energia. Se considerar toda a região Sudoeste do Paraná, o crescimento foi de 18% em meia década, ou seja, de 129.905 para 153.287 residências.  A taxa que vinha ocorrendo nos anos anteriores se manteve na média e demonstra também que a população urbana continua aumentando em torno de 1,5% ao ano.

 

Volume de negócios menor

O secretário de Urbanismo de Francisco Beltrão, José Carlos Vieira, diz que os números de alvarás ajudam a analisar o mercado de construção civil, entretanto, ainda é necessário avaliar outros fatores, como a quantidade de ITBIs (Imposto Sobre a Transmissão de Bens Imóveis) emitidos para verificar como está o mercado imobiliário.

Em 2012, a prefeitura lançou 2.042 ITBis contra 1.977 de 2013, queda de 3,18%. Portanto, na avaliação do secretário, esse indicador demonstra que o volume de negócios ainda é muito bom. Vieira prevê que o mercado pode entrar em retração em função dos preços se os mesmos continuarem a subir. “Mas acredito que o mercado vai se autorregular. No momento que tiver a oferta suficiente para o mercado, os preços têm tendência de parar de subir.”

Nelson Folador, diretor Departamento de Tributação, afirma que este tributo é obrigatório em todas as transações de imóveis, edificados ou não. Depois que a Prefeitura faz a avaliação do imóvel, emite uma taxa de 2% sobre o valor da avaliação. Neste ano, até o momento, já foram lançadas 615 ITBIs, ou seja, há uma tendência de fechar o ano com aproximadamente 1.900.

 

Investidores recuam

O coordenador do Núcleo das Imobiliárias de Francisco Beltrão, da Acefb, Ivo Sendeski, frisa que a queda que ocorreu no setor não é assustadora e está dentro do que estava previsto. “O volume de negócios ainda é muito bom. A própria economia e seus indicadores apontavam para esta estabilidade no mercado”, entende. Ele observa que os anos de 2011 (228.928,90 m²) e 2012 (215.643,65 m²) atingiram seu pico no setor de construção civil. Sendeski salienta que alguns investidores recuaram e as linhas de crédito se tornaram mais restritivas. “A aprovação de cadastro para novos financiamentos ficou mais difícil. Além disso, alguns empresários, principalmente nas grandes cidades, chegaram a lançar novos empreendimentos imobiliários e depois recuaram devido à dificuldade do mercado” explica.

Mercado imobiliário perde atratividade com aumento da taxa de juros

Segundo o administrador de empresas Ricardo Toseto Ciquelero, com o novo aumento da taxa de juros – o Comitê de Política Monetária do Banco Central aumentou em 0,25 pontos percentuais a taxa básica de juros, que foi de 10,75% para 11% ao ano – o mercado imobiliário pode perder atratividade. “Primeiro, as pessoas que podem investir seu dinheiro em imóveis passam a voltar para aplicações em renda fixa, como fundos vinculados à taxa CDI (que hoje está em 10,8% ao ano). Em segundo, para as pessoas que pegam financiamento imobiliário, o empréstimo fica mais caro, até mesmo a linha de crédito do Programa Minha Casa, Minha Vida, que tem parte dos juros atrelados à Taxa Referencial (TR).”

De acordo com Ricardo, a previsão é que neste ano a TR feche em 1% ao ano. “Esse percentual sobre um saldo devedor de 100 mil reais representa R$ 1.000 a mais de juros no ano que serão lançados nas parcelas. Lembrando que no ano passado inteiro, a TR foi de 0,19%, ou seja, se o tomador tinha um saldo devedor de R$ 100 mil, pagou R$ 190,00 de juros por conta só da Taxa Referencial. Neste ano, ela já está 0,23%”, informa o administrador.

Setor de construção em Pato Branco continua aquecido

 Segundo o Departamento de liberações de Obras (Seosp) da Secretaria de Engenharia, Obras e Serviços Públicos de Pato Branco, em 2013 foram lançados 847 alvarás de construção no município, com a previsão de construção de 211.187,23 m². “O setor de construção civil em Pato Branco continua aquecido e não vejo perspectiva disso diminuir. O número de projetos que temos aqui (no Ippupb) para serem aprovados é muito grande. Inclusive estamos com uma deficiência, pois o pessoal não consegue atender a grande demanda. Se parássemos de receber projetos hoje, demoraríamos seis meses para liberar os que já temos aqui”, comenta o secretário de Engenharia, Obras e Serviços Públicos, Osmar Braun Sobrinho. 

Em Dois Vizinhos, alvarás expedidos aumentam a cada ano

O número de alvarás para construção civil, em Dois Vizinhos, segue crescendo a cada ano. Em 2013, foram 576 alvarás expedidos pela prefeitura. O número está aumentando progressivamente: em 2010 foram 484; em 2011, subiu para 511 e em 2012 foram 537 alvarás emitidos. Segundo Laudecir Jankoski, responsável pelo setor de tributação e receita – cadastro imobiliário da prefeitura -, o poder público não conta com a metragem construída em cada ano. “Sabemos que temos mais construções a cada ano que passa, muito disso em virtude do Programa Minha Casa, Minha Vida”, relata. Ele comenta que toda obra, seja de reforma ou nova edificação, precisa do alvará. Nos primeiros meses de 2014, a prefeitura já emitiu 197 alvarás de construção. 

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