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Edgar Behne: “A Previdência é um dos maiores gastos do governo e essa reforma é fundamental pra que a economia comece a se movimentar”.
Foto: Flávio Pedron/JdeB
Diretor-presidente da Marel e vice-presidente da Acefb, Edgar Behne avalia que o otimismo no Brasil já esteve melhor neste 2019, mas defende que as reformas precisam acontecer para o País avançar a partir de 2020.
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O que esperar da economia para esse restante de ano?
Edgar Behne – Aquele otimismo que se tinha no início do ano, pela expectativa das reformas e tal, acabou diminuindo, e muito. O que está se pregando entre os empresários é que não podemos esperar muita coisa, não. Apesar de ainda acreditar que a reforma da Previdência aconteça, mas as consequências vão ser mais lentas; eu diria que esse ano as empresas, em sua grande maioria, têm que continuar trabalhando pela sobrevivência e jogar nossas fichas pra 2020. Em 2020 temos que acreditar, o Brasil precisa mudar e as coisas precisam acontecer.
O setor de móveis sente esse reflexo na capacidade produtiva?
Sem dúvida nenhuma. Tivemos uma reunião da Abimóvel mês passado e a situação é exatamente igual para todos no Brasil inteiro. A grande maioria dos móveis, como não são itens de primeira necessidade, acabam sendo postergados para quando as coisas estiverem melhores, e isso dá um reflexo imediato. Praticamente todas as fábrica estão trabalhando com uma capacidade ociosa muito alta, justamente esperando. A gente sabe do potencial do nosso País, tem uma demanda reprimida muito alta e sabemos que essa questão da economia tem um viés político muito grande, e a partir do momento em que aparecer uma pequena luz no fim do túnel a reação vai ser imediata e a economia do Brasil tem tudo pra crescer muito nos próximos anos.
A aprovação da reforma da Previdência é fundamental?
Sem dúvida nenhuma! É uma questão de necessidade pra que a economia comece a sinalizar uma estabilidade. Até pra sinalizar pra investidores, que com certeza tem muito dinheiro pra entrar no Brasil. Tem que mostrar que o Brasil está se preparando pra se auto-sustentar com o tempo. Hoje, a Previdência é um dos maiores gastos do governo e essa reforma é fundamental pra que a economia comece a se movimentar e comecem a acontecer as coisas.