Vivendo no interior desde que nasceu, ela não se acostumaria na cidade, onde só vai quando necessário.

Edilene Garbozza é natural de Francisco Beltrão e mora na Linha Formiga. Ela se criou com seus pais e atualmente cuida de sua mãe. É casada com Jair Dobner, com quem tem dois filhos. Trabalha como agricultora e produz alimentos para a merenda escolar. “Sempre morei na agricultura, gosto da cidade, mas só pra negócios. Morar na cidade eu acho que não me acostumaria”, comenta.
A família trabalha na produção de grãos e olerícolas – soja e milho, brócolis, couve-flor, beterraba, repolho, vagens… As verduras e legumes são entregues para os programas de merenda escolar e de atendimento a famílias carentes. A venda de alimentos da família ocorre por meio da Cooperativa de Produção e Comercialização da Agricultura Familiar (Coopafi). Dona Edilene conta que a família já trabalhou com a produção leiteira, mas hoje possuem menos vacas, somente para a fabricação de queijo para consumo próprio.
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Edilene conta que a produção na propriedade, entre hortaliças e frutíferas, é toda orgânica, apesar de não ser considerada assim por não ter a certificação oficial.
A família participa da Coopafi desde sua fundação, em 2011. Anteriormente, a cooperativa era de artesanato e foi transformada em cooperativa de comercialização de produtos agrícolas. Apesar de sempre estar envolvida nas entidades, Edilene não teve muitas dificuldades na produção para a Coopafi, mas diz que foi difícil convencer alguns agricultores a acreditar na entrega dos produtos para a cooperativa.
Reflexos da pandemia
Um dos problemas enfrentados pela pandemia foi o distanciamento do público. A produção continuou a mesma devido à entrega para famílias carentes. Outro desafio enfrentado foi a estiagem, que causou uma quebra de aproximadamente 30% na produção, comparada aos anos anteriores.