“O Paraná não pode permitir a volta da aftosa”
Mais de 300 pessoas, das regiões de Francisco Beltrão, Pato Branco e Laranjeiras do Sul, participaram ontem à tarde, no Espaço da Arte, do Fórum Regional sobre Febre Aftosa. Grande parte era de técnicos do Sistema Estadual de Agricultura, mas havia muitas lideranças e políticos da região, entre eles vários prefeitos, que foram ouvir principalmente o coordenador do fórum, o vice-governador e secretário da Agricultura do Paraná, Orlando Pessuti.
Desde sua primeira entrevista, na chegada no aeroporto de Francisco Beltrão, às 12h40, até o encerramento do fórum, próximo às 17 horas, Pessuti repetiu sempre que “o Paraná não pode permitir a volta da aftosa, por isso cada vez mais temos que trabalhar integrados com os técnicos, as entidades e os produtores nas campanhas” (de vacinação dos bovinos).
Pessuti destacou que a aftosa, por ser uma zoonose, pode afetar também o ser humano, daí tratar-se de um problema de saúde pública, além do aspecto econômico, pois se o Paraná continuar sem aftosa poderá manter e até ampliar suas exportações de carne. E também oferecer um melhor produto a sua população.
Ao discursar durante o fórum, Pessuti lembrou que a luta pelo Paraná sem aftosa ? conquista que perdura há oito anos ? começou ainda nos anos 60, quando Paulo Pimentel era o secretário da Agricultura, depois teve sequência com os secretários Paulo Carneiro, Osmar Dias, Leonel Poloni, Hermas Brandão e Deni Schwartz, citou ele.
Torcer pelo Paraguai e a Argentina
Dados sobre a agropecuária paranaense foram apresentados pelo presidente da Ocepar, João Paulo Koslovski, e o presidente da Faep, Ágide Meneguette. Koslovski destacou que a balança comercial brasileira somente foi superavitária em 2002 devido ao bom desempenho do agronegócio, que exportou por mais de US$ 20 bilhões, sendo que o Paraná, que continua participando com um quarto da produção de grãos do país, depende em mais de 60% do agronegócio.
Koslovski e Meneguette usaram dados sobre a economia do Estado para mostrar a importância de continuar levando a sério as campanhas de vacinação contra a febre aftosa. Na última vacinação, o Paraná conseguiu 98% do rebanho, com destaque para o Sudoeste, que chegou a 99%. A meta é chegar aos 100% e, depois, obter a condição de área livre da aftosa sem vacinação.
Para tal, é preciso manter as barreiras com Argentina e Paraguai, países vizinhos e que ainda têm focos de aftosa, mas torcer e até fazer parceria com eles para que também controlem a doença.