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Francisco Beltrão
sexta-feira, 30 de maio de 2025

Edição 8.215

30/05/2025

O pedágio e a ”conspiração”

Jornal de Beltrão, 7 de janeiro de 2017.
Afirma o artigo, com destaque: Os que são contra o pedágio devem admitir, com coragem, que o que temos está bom e ponto final.
Me entristece, e muito, que uma personagem, sim, personagem, da expressão do jornalista se preste a um julgamento e a uma conclusão tão simplista. Classifica todos os sudoestinos em dois grupos: os a favor e os contra. Na visão simplista dos guiados pela miopia da ideologia é exatamente assim que se classifica os seres humanos. Não há espaço para outra visão. Falta lateralidade de visão. Aliás, vários psicólogos explicam uma ideologia como um óculos: você somente vê o que foca, perde totalmente a visão lateral e fica, assim, privado do todo. É como a síndrome do espelho quebrado: com o espelho inteiro você enxerga o todo; com ele estilhaçado, qualquer estilhaço representa a verdade, porém não o todo.
Ninguém classificou a privatização da BR 280 como um ato de conspiração: somente mentes poluídas pela parcialidade e por uma visão simplista a veem assim.
O que os movimentos e os sudoestinos que encamparam a discussão de como, quando, o quê, quanto, quem faz e quem paga estão a analisar é o custo/benefício. Não estão interessados em política, nem em sonhos, mas em custo/benefício. A exemplo das experiências brasileiras, o custo supera em muito os benefícios. Outra questão que, principalmente, agricultores, transportadores e industriais levam em consideração é: quanto soma ao custo de produção e ao preço dos produtos aqui consumidos que são importados pelo Sudoeste? E aí vão desde combustíveis, adubos, manufaturados e insumos como tecidos, máquinas e equipamentos, madeiras e chapas e outros necessários para as nossas indústrias. E, na contrapartida, quanto agrega ou reduz em competitividade de nossos produtos? 
Ainda, sonhar é ótimo e necessário, mas nada, nada mesmo, torna o sonho realidade se não tivermos com que financiá-lo e pagá-lo. Fica a dica de um prefeito do Sudoeste: por que sou obrigado a comprar uma BMW se somente posso andar de Fusca?
Temos que lembrar que, da forma como foi apresentado o projeto, apenas R$ 395 milhões de um total de R$ 3,3 bilhões serão investidos na rodovia, o restante são agregados. Fica a pergunta: quem está acostumado a andar de Fusca, precisa de controle de estabilidade, de assistência ao motorista, GPS e outros acessórios?
Foi feito um estudo de impacto econômico deste empreendimento sobre a economia do Sudoeste? Fiz a pergunta na audiência Pública do dia 8/12 e não responderam. Então, será que foi?
Finalizando, o que o povo sudoestino quer é apenas uma rodovia trafegável e isto é seu direito constitucional.

Tarcísio Reinehr – 12.1.2017. E-mail: treinehr@gmail.com

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