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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

O perigo dos fogos de artifício para saúde de cães e gatos

Geral

José Carlos Zanella, médico veterinário da Planeta Bicho,

apresenta algumas dicas para evitar o sofrimento dos pets.

Na foto, com George.

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Foto: Arquivo pessoal

“Vereadores aprovam proibição de fogos de artifício com barulho em Curitiba” foi a matéria divulgada na Gazeta do Povo de terça-feira, 26. A lei, que passa a valer daqui um ano, ainda precisa ser regulamentada pela Prefeitura de Curitiba. A medida foi aplaudida por muitos defensores de animais, como o médico veterinário José Carlos Zanella, da Planeta Bicho.

JdeB – Por que os cães e gatos se assustam tanto com fogos de artifícios?
José Carlos Zanella: Principalmente os cães, e alguns gatos, têm muito medo de fogos de artifícios, porque eles têm uma sensibilidade auditiva muito acentuada. Graças à sensibilidade auditiva, os cães são capazes de detectar mais sons, em baixa ou alta frequência, do que os humanos. Esses sons são irritantes ao ouvido desses animais. Além disso, o clarão emitido pelos fogos provoca medo, porque os animais naturalmente têm medo de fogo, é uma ameaça. Juntando a isso, a própria atitude das pessoas, em se defender dos fogos, muitas pessoas colocam a mão no ouvido, se assustam também, então as próprias pessoas demonstram pros animais que é algo ameaçador associado a esse ruído desconfortável. A luz, que é um instinto de ameaça, faz com o que eles sintam tanto medo. Isso é prova que os lobos, nas florestas, quando os humanos iam acampar, ficavam em regiões desérticas selvagens. Quando faziam fogo espantavam esses animais, eles não se aproximavam por ser um sinal de ameaça, então isso reforça o medo que esses animais têm.

O que os tutores podem fazer pra amenizar o sofrimento?
Bom, existe situações que você pode treinar o animal desde pequeno, em relação a ruídos. Se você pegar um cão filhote e desde pequeno submetê-lo a pequenos ruídos, esses animais acabam se habituando a isso e não tendo mais medo. Daria pra levar passear de carro, ligar uma moto, enfim. Os cães pastores são testados com tiros, até eles se adaptarem. Expor gradativamente, desde pequenos, a ruídos menores é uma forma de evitar problemas mais tarde.

O que fazer em caso de fobia?
Quando esses animais desenvolvem fobias a esses ruídos, o que pode ser feito é encontrar um local dentro de casa – e o animal vai te mostrar onde é esse local -, que ele vai se sentir mais seguro. Um local que, de preferência, não tenha entrada de luz e que abafe o barulho. Ele se esconde embaixo num canto, dentro de um armário, um local onde ele se sinta seguro. Então deixo-o no canto dele e não o exponha a riscos. Você pode amenizar também, colocando abafadores nos ouvidos (bolinhas de algodão) e fazer com que ele consiga também se manter mais seguro. Tem animais que se sentem mais seguros com um colete, uma roupa, uma coisa no entorno do corpo.

Algum medicamento pode ser recomendado?
Existe medicamentos sedativos que desligam o animal do ambiente, ele fica mais sonolento e assim menos ativo. Em especial, cuidado com os pacientes epiléticos, os animais que têm epilepsia muitas vezes são estimulados. Neste período de maior cuidado, eles têm que estar com a medicação em dia.

Muitos cães tentam fugir, o ideal é mantê-los amarrados?
Não, nunca amarrar cães, amarrar vai levar a acidentes. É pior ainda, porque eles estão expostos, estão com medo e aí não tem para onde fugir, eles vão pular, saltar, vão se machucar, acabar se enforcando, se cortando, então jamais amarrar, mantê-los sim em canis e de preferência em local fechado, coberto, que o animal não tente pular e fugir para não se machucar e se ele for na rua pode ser atropelado, o que é muito frequente.

O que seria o ideal?
Assim, cães com pavor de fogos de artifício, medidas profiláticas, preventivas, tapador de ouvido, se é epilético deixar a medicação em dia, se não é epilético mas é reativo, sedativo ou procurar um médico veterinário. Animais jovens, desde pequenos, procurar expor a pequenos ruídos, aumentando a intensidade, para que ele não vá desenvolver fobia a estes fogos. Você não deve super valorizar também, quando alguém solta um rojão e a pessoa pega o animal no colo, agarra ele, está falando que isso é perigoso, você está só reforçando esse pavor. O ideal é que não se solte fogos, eu acredito, torço e faço gestão pra isso para que com o passar do tempo seja proibido isso. Curitiba agora foi aprovado, vai demorar um ano para entrar em vigor a lei que não pode mais fogos que emitam ruídos, apenas luminosos, imagino que todas as cidades com evolução vão passar por isso, é o ideal.

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