Empreendedores avaliam os investimentos e a taxa de retorno.

A pergunta que as pessoas devem estar fazendo neste momento em que o setor de geração de energia vive um bom momento, com a construção de novas pequenas centrais hidrelétricas, é se o retorno do investimento vale a pena.
Os empreendedores dizem que o retorno e os custos do investimento depende do tamanho e do tipo da obra. Evandro Chioquetta, diretor da Santana Energética, grupo detentor da PCH Bedim, argumenta que o investimento varia de projeto para projeto, de obra para obra.
“As maiores são um pouco mais baratas [proporcionalmente] porque acaba diluindo os custos com canteiro de obra, quando tem alta queda d´água os equipamentos são menores, então os custos são muito variáves, mas uma PCH leva de dez a 15 anos pra se pagar.” Israel Corlassoli, que integra um grupo que vai construir duas CGHs em Salto do Lontra, também analisa que entre os investimentos feitos e o retorno, varia de médio a longo prazos, dependendo do tipo de investimento que será feito.
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Menor impacto, maior retorno
João Bandeira, do Grupo Mazp, faz análise mais abrangente. “A questão do investimento e da taxa de retorno, veja bem o seguinte: num projeto de usina hidrelétrica que tiver menos impacto ambiental, o custo é mais barato, então já é outra vantagem aí; quando tem uma queda maior, o investimento é menor.
São várias formas de se analisar; por exemplo, uma usina boa, essa de baixo impacto ambiental, com uma queda razoável, ela vai em torno de cinco anos para se pagar, talvez até um pouco menos; uma usina normal vai de sete a oito anos; e uma usina um pouco mais cara, vai dez anos. Geralmente, essa de cinco anos se paga bem tranquilo e ainda sobra dinheiro. A de sete a oito anos se paga e sobra menos.”
A construção de uma CGH custa na faixa de R$ 7 a 8 milhões. Os investimentos são menores se o canal de passagem da água e a barragem forem mais curtos, se tiver menos lindeiros a serem indenizados ou arrendatários de imóveis.
“Tudo isso vai influenciar no custo do kilowat. Tem que avaliar também a capacidade de conseguir vender essa energia. É um estudo hidrológico que vai avaliar a capacidade do ponto escolhido para o investimento”, ressalta Edson Flessak, diretor da Flessak Eletro Industrial.
Retorno de ICMS
As opções para os grupos empresariais e consórcios de venda da energia gerada são para o Operador Nacional Sistema Elétrico (OSN), mercado livre e consumo próprio. Para as prefeituras, estes empreendimentos são importantes porque pagam o Imposto sobre Serviços (ISS) e ICMS.
Mas no ICMS não há cobrança na geração da energia – ela ocorre no consumidor ou comprador. Este imposto integra uma série de índices que compõem o fundão do ICMS, cujo controle e gestão é feito pela Secretaria de Estado da Fazenda.
Para os municípios que sediam PCH-CGHs ou usinas hidrelétricas há uma boa agregação de valores nos recursos recebidos anualmente pelo fundão do ICMS. A série de reportagens especiais do JdeB prossegue ao longo desta semana abordando outros aspectos dos novos projetos de PCH-CGHs região.