Segundo Apras, essa modalidade de venda dobrou no Paraná desde março.
A precaução de não sair de casa encontrou uma forte aliada para se prevenir do coronavírus: a compra on-line. Em diversos setores, essa modalidade de comércio se intensificou, como no vestuário e eletrodomésticos, e em outros, como o de supermercados, ela passou a ganhar força e se tornar mais conhecida.
De acordo com a Associação Paranaense de Supermercados (Apras), esse tipo de venda praticamente dobrou no Paraná desde março em relação ao ano anterior e muitos supermercadistas anteciparam seus projetos de e-commerce, o que contribuiu para que as vendas on-line crescessem num mês o que deveriam crescer em cinco anos. “É preciso que as empresas, independentemente do tamanho, estejam atentas a essa nova realidade e adaptem os seus negócios para atender o novo consumidor”, afirmou o superintendente da Apras, Valmor Rovaris.
O Sudoeste segue a mesma tendência e, segundo o vice-presidente da Apras, Vinícius Lachman, de Pato Branco, é necessário preparar as equipes para fazer as compras como se fosse o cliente: “Tem que escolher o funcionário que vai fazer o serviço, tem que ter o olho do cliente, comprar como se fosse pra ele, mas o delivery aumentou bastante. É mais uma ferramenta de venda, o caminho está indo muito forte para as plataformas digitais”.
No Mano Manfroi, em Francisco Beltrão, a venda on-line foi novidade na pandemia. Os pedidos são feitos por WhatsApp e uma equipe é responsável por separar as compras. O público tem se mostrado diversificado. “Assim como tem idosos, tem clientes que trabalham durante o dia e têm preferência pela entrega das compras na casa. Também atendemos várias pessoas que estão de quarentena, mas é a minoria dos pedidos”, comenta Letícia Manfroi, responsável pelo Marketing dos Supermercados Mano Manfroi.
Para Gabriela Crestani, do Super Vipi, o e-commerce é uma tendência. “Antes não tinha venda delivery, começou com a pandemia. Teve muita procura e agora diminuiu um pouco. Nós acreditamos que ainda é uma cultura ir ao mercado, mas que talvez seja uma tendência [o delivery].”
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Aplicativos podem melhorar
O WhatsApp e outros aplicativos são os meios mais utilizados para essa modalidade de compra em Beltrão. A assessora jurídica Fabiula Regina Artusi recorreu aos pedidos on-line quando teve contato com um caso positivo de Covid-19 e precisou ficar em isolamento. “Não gostei muito do aplicativo, de rápido ele tem pouco, além de não oferecer o pagamento direto da compra. Não achei de todo eficiente por causa disso, pois precisei ligar no supermercado e combinar como faria o pagamento para evitar maior contato com o entregador. Já o supermercado foi bem atencioso, ligou para confirmar algumas compras e me presentou com um bombom e um bilhetinho de que tudo ficaria bem”, relata.
A professora Fátima Santos juntou mais objetivos ao fazer as compras pelo App de mensagem. Ela seguiu à risca a orientação de ficar em casa e escolheu fortalecer o comércio local comprando de um supermercado menor, de bairro, em vez de um de grande rede, “porque eu entendo que seria interessante dar o meu apoio neste momento [de pandemia], porque eles teriam mais impacto”.
Mesmo com a ocorrência de alguns erros nos primeiros pedidos, a professora elogia o atendimento. “Gostei muito do serviço. Eu perguntei a eles na época como é que estavam indo os negócios e eles me disseram que estavam indo muito bem, atendendo um público em bairros que nunca haviam atendido antes e que eles estavam se organizando”, acrescenta. Além do supermercado, Fátima também usa serviços de entrega de farmácia e frutaria e sempre dá sugestões para que as empresas consigam adequar a atividade às necessidades do cliente.
Compra aqui, entrega em São Paulo
Outra vantagem da compra on-line é que não existem fronteiras. Caroline Restan de Miranda Ferreira, assistente-administrativo na UFFS de Realeza, conta que faz os pedidos para a mãe, que mora em São Paulo: “É bem mais fácil fazer compras quando tem um aplicativo que mostra o produto, tem foto, descrição, é tudo bem detalhado. Faço compras pra minha mãe em SP e não tenho problema algum, inclusive, coloco a forma de pagamento, às vezes eu mesma pago com meu cartão, às vezes coloco o cartão dela”.
O exemplo pode servir de inspiração para aplicativos aqui da região, pois Caroline também destacou algumas dificuldades com a compra por mensagem. “Fiz uma lista de compras, algumas coisas vieram trocadas e eu não entendi se é porque não tinha e resolveram mandar outra no lugar ou se erraram mesmo. Eu comentei com o entregador, ele falou que não sabia dizer, depende de quem montou a compra e não necessariamente era alguém específico, aí desisti e voltei a fazer compra normalmente. O maior problema são os produtos frescos, porém, esses uso o WhatsApp e compro direto dos feirantes.”