O trabalho em si remete muito à questão participativa, pautada no diálogo entre todos os envolvidos.
Por Gabriela Rosa Santi
As organizações do terceiro setor ou Organizações da Sociedade Civil (OSC), são as instituições que têm caráter privado, sem fins lucrativos e sua razão deve ser voltada para o bem comum. Essas organizações estão presentes em nosso meio, prestam serviços e suprem demandas sociais não atendidas pelo setor público (1º setor) e pelo setor privado (2º setor) contemplando diversas atividades. O terceiro setor abrange as associações, fundações, organizações religiosas e os partidos políticos.
Assim como as organizações públicas e privadas, as organizações do terceiro setor demandam práticas de gestão. No entanto, é fundamental considerar a natureza e finalidade da organização para definição do tipo de gestão a ser praticado. Dois tipos de gestão podem ser citados: a gestão social e a gestão estratégica (baseada em resultados). Na gestão social, as práticas de gestão reforçam a importância do coletivo e da cooperação. Sua finalidade é o bem estar comum da sociedade, sem obter fins lucrativos. Algo que se reflete na estrutura de gestão, onde há a presença de uma hierarquia mais horizontal, ou seja, menos níveis de subordinação.
O trabalho em si, remete muito à questão participativa, pautada no diálogo entre todos os envolvidos e a construção de um vínculo maior. Neste tipo de gestão o apelo social torna o sentido do trabalho mais subjetivo. Na gestão estratégica a finalidade é orientada para a obtenção de resultados. A estrutura de gestão prioriza a subordinação baseada na hierarquia, onde há mais indivíduos subordinados a outros e prevalecem as relações de poder. Com relação ao trabalho, tem sentido objetivo e é organizado com prioridade voltada a resultados para a organização, portanto, há maior controle nos processos e os envolvidos são orientados para atingir os objetivos da organização. Pode-se considerar que as organizações do terceiro setor podem ter práticas administrativas alinhadas à gestão estratégica e à gestão social, em níveis diferenciados, dependendo de suas atividades.
Embora a gestão social seja mais alinhada com a natureza e finalidade das Ongs, práticas de gestão estratégica/voltada para resultados têm sido adotadas nestas organizações. A presença da orientação baseada em resultados (de caráter estratégico) se explica pelo acirramento das formas de controle que são adotadas em função do crescimento das Ongs.
Gabriela Rosa Santi
Formanda em Administração pela
Unioeste/ Francisco Beltrão
Rosane Calgaro
Docente no curso de Administração
Unioeste/Francisco Beltrão