Quem responde são drs. Carlos Eduardo Reolon e Caroline Araújo Wengen, da Center Vet.
A maioria dos tutores buscam alternativas para evitar a gravidez indesejada. Seja gata ou cadela, não importa, o cio é sinônimo de preocupação para os tutores que não querem filhotinhos em casa, por isso, muitos buscam alternativas para afastar qualquer possibilidade de uma gestação.
Drs. Carlos Eduardo Reolon e Caroline Araújo Wengen, médicos veterinários da Center Vet, esclarecem algumas dúvidas.
JdeB – Quais são esses métodos?
Drs. Carlos Eduardo Reolon: De maneira geral, existem duas formas de evitar a gestação em ambas espécies, uma delas é a injeção anticoncepcional. Embora esse método funcione de um jeito no organismo humano, não quer dizer que aconteça da mesma forma nos animais, na verdade, o anticoncepcional traz efeitos colaterais nada agradáveis para a saúde do animal e não é recomendado. Por outro lado, a esterilização cirúrgica, apesar de se tratar de um procedimento relativamente invasivo, traz inúmeros benefícios para saúde do pet a longo prazo.
Quais os efeitos colaterais dos anticoncepcionais?
Dra. Caroline Araújo Wengen: O uso de injeções anticoncepcionais infelizmente ainda é uma realidade em muitos casos, seja pelo baixo custo, ou pelo medo do tutor em submeter seu animalzinho ao procedimento cirúrgico, no entanto, antes de optar pelo uso de fármacos anticoncepcionais, é importante estar atento a todos os riscos que eles podem trazer à saúde do animal, como a inibição da imunidade uterina, formação de hiperplasia cística do endométrio, sendo efeitos contribuintes desenvolver piometra (infecção uterina), hiperplasia mamária, diabetes mellitus, morte fetal e neoplasia mamária.
Os benefícios compensam os riscos?
Drs. Carlos Eduardo Reolon: Quando levamos em consideração todos esses efeitos colaterais, fica evidente que a contracepção química traz muito mais riscos do que benefícios ao pet, tanto em relação à saúde, quanto à questão financeira. A contracepção cirúrgica, que em um primeiro momento parecia ter um custo elevado, pode passar a ser um valor bem acessível, levando em conta que o custo para o tratamento de algumas afecções pode se tornar bem alto e, infelizmente, em alguns casos, pode ainda não terminar nada bem.
Qual importância da castração?
Dra. Caroline Araújo Wengen: A castração, por outro lado, traz inúmeros benefícios, como a diminuição da superpopulação pela redução de gestações indesejadas e consequentes abandonos; redução dos passeios externos e problemas associados como desenvolvimento de doenças infecciosas contraídas nas ruas; traumas e atropelamentos; intoxicações e maus tratos; redução no comportamento de cio e prevenção de doenças reprodutivas; redução do risco de enfermidades mamárias, uterinas e ovarianas, como neoplasias e piometra; prevenção de doenças progesterona e estrogênio dependentes, como pseudociese (gravidez psicológica), hipertrofia mamária e estro persistente; prevenção de distúrbios testiculares e epididimários em machos (neoplasias, orquites, epididimites); além de auxiliar no tratamento de doenças andrógeno-dependentes, como a hiperplasia prostática benigna, prostatite crônica, adenoma e hérnia perineal; auxílio no tratamento de doenças não relacionadas ao sistema reprodutor, como diabetes e epilepsia; possível redução de comportamentos indesejados, como territorialismo, agressividade e marcação de território.
Com que idade a castração deve ser feita?
Drs. Carlos Eduardo Reolon: Em relação à idade ideal para realização da castração, nossa recomendação é que ela seja realizada antes do primeiro cio, no caso das fêmeas, e no caso dos machos antes de atingir a puberdade. De maneira geral, esse período varia de quatro a seis meses.
Lembre-se, castrar é um ato de amor!
