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terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Os múltiplos talentos de Silvio Rodrigues, 39 anos de história na cultura

Entre suas muitas profissões, é professor de música, regente de coral, ator e diretor de teatro, sonoplasta e operador de iluminação.

Silvio, há nove anos trabalha no Teatro Eunice Sartori, da Prefeitura de Francisco Beltrão.

Por Juliane Ioris
Silvio Rodrigues nasceu na cidade de Pato Branco, no dia 14 de dezembro de 1969. Filho de Waldomiro e Maria Rodrigues, casado com Elizandra Schnaider Sagaz, pai de Chrislaine Mayara Rodrigues e avô de Davi Rodrigues.

Silvio é professor de música, regente de coral especializado em musicalização infantil, ator e diretor de teatro, sonoplasta, operador de áudio e iluminação, promotor de eventos, músico e cantor, já foi professor de danças tradicionalistas e ministrou curso de oratória.

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Seu Waldomiro Rodrigues e o irmão eram músicos, tocavam em festas e, aos 12 anos, Silvio começou a acompanhar o pai. Quando seu Waldomiro flagrou o filho mexendo no violão, perguntou se Silvio queria aprender a tocar. Porém, antes, ensinou a afinar o instrumento. “Depois de aprender a afinar, ele me ensinou a tocar, ele tocava de ouvido e me ensinou da mesma forma, não sabia nada de notas musicais”, diz Silvio.

Na época da escola, a família se mudou para a cidade de Chopinzinho e Silvio era um menino muito tímido, ficava na fila de trás do coral da igreja e começou a tocar violão acompanhando os cantos. Numa ocasião, a vocalista do coral se ausentou e uma das freiras responsáveis convidou Silvio para cantar. A Irmã Franciscana não fazia ideia se ele sabia, mas pediu que ele desse início na música “Luar do Sertão”. Depois dessa apresentação, Silvio cantava sempre e foi para a fila da frente.


Primeira banda e desenvolvimento
Sempre envolvido na igreja e na escola, Silvio ajudava nas apresentações artísticas. Ele e os amigos montaram uma banda de garagem que se inspirava nos Titãs. Era guitarrista, mas percebeu que não era a mesma coisa que tocar violão. Logo depois, começou a tocar para acompanhar um gaiteiro, então sentiu que precisava fazer aulas com professor particular, para aprender tocar por notas.

O professor ensinava sertanejo e, quando parou de dar aulas, o aluno Silvio foi substituí-lo, pois havia se aperfeiçoado e aprendido outros estilos musicais. “Nessa mesma época, eu era da invernada artística do CTG Laços da Amizade, eu me apresentava na dança e comecei a me apresentar cantando e tocando, tive que parar de dançar. A primeira competição que disputei defendi a música nativista ‘Guri’ e fiquei em primeiro lugar, desde então participei de mais de 40 festivais e conquistei inúmeros prêmios desde primeiro até oitavo colocado”, conta Silvio.

Teatro
Paralelo a isso, ele fez um curso intensivo de teatro e conheceu Vilmar Mazzetto. Silvio já fazia apresentações na escola e agora se tornava profissional, o curso também habilitava na parte de iluminação, maquiagem artística e sonoplastia, além de atuação e direção. A partir de então, Silvio fez parte do grupo de teatro América e de grupos de São João e Pato Branco. Apresentou-se na peça “João e o Pé de Feijão”.

“Naquela época, o teatro era muito forte e muito discriminado. Eu procurava aproveitar todas as oportunidades extras que a escola proporcionava, tinha todos os horários comprometidos, me dedicava muito a cada um deles”, enfatiza o artista.

Algum tempo depois, Silvio começou a ser convidado para participar do júri nos festivais de música e trabalhava como músico freelancer em bandas fazendo guitarra e vocal. A filha Chrislaine também começou a participar de festivais. Sempre muito acelerado e fazendo atividades de diversas áreas, Silvio trabalhava na igreja e era ministro da Eucaristia e catequista.

Depois do primeiro casamento e nascimento da filha, a família se mudou para Planalto e ele assumiu um comércio da família e trabalhava numa rádio, só tocava em casamentos. Depois, Silvio foi trabalhar no Departamento de Cultura de Planalto e desenvolver teatro, música e canto.

Quando se divorciou, voltou para Chopinzinho e reencontrou Mazzetto, que o convidou para fazer parte da Thespis e morar em Marmeleiro. Além das atividades de teatro, ele acompanhava Mazzetto nas palestras e oficinas, fazendo a parte de sonorização, no início, mas logo estava nos palcos atuando em várias peças da companhia.

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Nova mudança
Quando Vilmar assumiu a Cultura em Marmeleiro, convidou Silvio para trabalhar nas oficinas de violão. Foi lá que ele conheceu Elizandra e começaram a namorar. Depois de oito anos trabalhando em Marmeleiro, quando Mazzetto assumiu a Cultura em Renascença, Silvio foi trabalhar como técnico de som do teatro da cidade e dar aulas de violão e coral. Elizandra estudava em Francisco Beltrão e foi então que Silvio resolveu se mudar novamente e eles se casaram.

Nesse tempo, ele regia os corais municipais infantil, adulto e da terceira idade e continuava na Thespis. Em Beltrão, Silvio veio trabalhar no Departamento de Cultura como técnico de som e luz do Teatro Eunice Satori, há sete anos — há dois trabalhando novamente com o amigo Mazzetto. 

“Muitas pessoas não fazem ideia da importância da iluminação e sonoplastia nas apresentações artísticas, é preciso saber usar a luz certa e o som correspondente para cada tipo de espetáculo. Os bastidores das apresentações são muito importantes para garantir o sucesso da apresentação. No decorrer da minha vida, tive grandes mestres em várias áreas artísticas, agradeço a cada um dele pelo aprendizado”, comenta Silvio.

Silvio conta que trabalhou em outras áreas, como na área administrativa da Apae, por exemplo, mas o mundo artístico é muito fascinante e ele acabou retornando. “As pessoas precisam ser verdadeiras em tudo que fazem, qualquer coisa que for fazer, deve ser feito com dedicação. Um dos segredos do sucesso é ter humildade e foco, independentemente da profissão. Eu amo meu trabalho”, finaliza Silvio.

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