Houve a prevalência da SB em 7,5% dos médicos pesquisados; 33,9% tiveram altos índices de exaustão emocional.
Uma pesquisa em instituições de saúde de Francisco Beltrão, entre junho e novembro de 2019, reconheceu diversos casos de Síndrome de Burnout (SB) em médicos. Trata-se de um esgotamento profissional, que resulta de uma exaustão extrema diretamente relacionada ao trabalho.
O estudo foi desenvolvido pela enfermeira Natália Becker, para obtenção do título de mestre em Ciências Aplicadas à Saúde, do Centro de Ciências da Saúde, da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), sob orientação de João Paulo de Arruda Amorim e Lirane Elize Defante Ferreto. A pesquisa tem como título “Síndrome de Burnout e fatores associados em médicos do Paraná”.
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A investigação foi desenvolvida no Ceonc, Hospital Regional, Hospital São Francisco e Policlínica São Vicente de Paula. Segundo Natália, as mudanças no processo e organização do trabalho médico têm contribuído para o aumento de doenças, como a SB. Seu estudo analisou a prevalência e fatores associados à SB em uma amostra de 121 médicos (73,6% homens). Foram utilizados um questionário socioprofissional e a versão em português do Maslach Burnout Inventory – Human Services Survey.
A prevalência da SB foi de 7,5%. Ainda, 33,9% tiveram altos índices de exaustão emocional, 31,4% alta despersonalização e 20,8% baixa realização pessoal. Fatores como satisfação com a instituição, consulta com apoio em saúde mental, idade (experiência profissional), prática de exercício físico e número de atendimentos por dia são positivos para taxas menores de SB, por outro lado, desejo de mudar de profissão, regime de plantão e periodicidade das férias contribuem para elevar as taxas.
O estudo apresenta dados para auxiliar ações visando ao bem-estar na amostra pesquisada, além de prestar informações que subsidiem a compreensão da SB no atual contexto de trabalho brasileiro.
De acordo com Natália, os fatores que se destacam como associados às dimensões e com a SB estiveram relacionados a organização e ambiente do trabalho e à maneira como os profissionais enfrentam o estresse. Foram identificados dados que podem ser úteis no planejamento de mecanismos de intervenção, projetados para melhoria da gestão e do processo de tomada de decisão dentro das políticas de atenção ao trabalhador.
“Enfatiza-se a necessidade de investimentos em políticas de recursos humanos nas instituições hospitalares, principalmente em ações para redução das pressões geradoras de estresse laboral, o que resulta em melhorias nos processos organizacionais e mais adequado suporte ao trabalho e ao trabalhador médico.”
