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A convite da Unioeste, campus de Francisco Beltrão, a arqueóloga italiana Giulia Marciani deve passar o mês de fevereiro na região, colaborando com as pesquisas da Laboratório de Micromorfologia de Solos (Lamic) da Unioeste.
Giulia é pós-doutoranda do projeto ERC-SUCCESS da Universidade de Bolonha, Itália, Departamento de Bens Culturais. Marcos desenvolve sua pesquisa de pós-doutorado em Geoarqueologia no Laboratório de Micromorfologia e Solos, coordenado pelo professor Júlio César Paisani, na Unioeste de Beltrão.
Na tarde de ontem, Marcos; Giulia; Lizete Dalberto Brasil, graduada em Geografia; e Fabiana Pagno, mestre em Geografia, se reuniram para elaboração de coleção de referências das diferentes técnicas de lascamento da pedra. Marcos, Lizete e Fabiana integram o Núcleo de Pesquisa PaleoAmbientais (Nepa), do programa de pós-graduação em Geografia da Unioeste de Francisco Beltrão.
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Lizete foi a primeira a desenvolver pesquisas com microartefatos encontrados no solo na região Sudoeste do Paraná. “Nem todas as pedras podem ser lascadas, por isso é preciso escolher as matérias- primas que são lascáveis, depois tem que escolher a ferramenta que vai bater, que podem ser outras tipologias de pedra ou um chifre. Isso porque nós temos que obter lascas de pedra que sejam cortantes, como uma faca”, explica Giulia.
Neste encontro, Marcos foi o responsável pelo lascamento, uma vez que apresenta experiência como lascador, para obter “facas de pedra”, ou seja, obter ferramentas úteis, numa reprodução dos processos de produção. Para tanto, ele usou pedra contra pedra ou então um chifre de veado contra pedra.
Há um ano e meio em Francisco Beltrão, Marcos estuda sítios arqueológicos datados de dez mil anos atrás no Sudoeste do Paraná e Oeste de Santa Catarina. “Abrimos escavações arqueológicas e estudamos os materiais e a evolução dos solos, onde esses sítios arqueológicos estão enterrados.”
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Segundo Marcos, uma das vertentes deste estudo é a arqueologia experimental, reproduzindo o que era feito para visualização. Outra linha é entender a evolução das técnicas do homo sapiens na Europa e no Brasil e comprovar que a forma de lascar a pedra é inerente às evoluções cognitivas da espécie.
Entre a relevância desta pesquisa está a internacionalização da Unioeste de Francisco Beltrão, ao estudar os primeiros indícios de ocupação humana no Sul do Brasil. Além disso, os resultados das pesquisas são publicados no Brasil e no exterior, mostrando o caráter universalista da Geografia e da Arqueologia.
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Rio Uruguai
Desde 2013, Marcos e Giulia integram uma missão franco-brasileira que escava sítios arqueológicos no Rio Uruguai, todos os anos. Em 2021, a escavação deve acontecer em setembro.
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