Em média, 48 acidentes com trabalhadores são registrados no Paraná por ano.
O número de acidentes com energia elétrica é preocupante pela gravidade com que afeta os trabalhadores. Em 2019, por exemplo, foram registrados 48 acidentes com energia elétrica em todo o Paraná. O número se mantém no patamar abaixo de 50 ocorrências, desde 2011, no Estado.
Dos casos registrados no ano retrasado, 12 foram fatais e 21 considerados acidentes graves. Entre as classificações profissionais, a dos pintores concentrou nove ocorrências. Seguindo as estatísticas dos últimos anos, um terço dos acidentes foram registrados em áreas rurais. A reportagem solicitou à Copel dados estatísticos de 2020, que não foram enviados até o fechamento desta matéria.
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Cladiovan Ruy de Oliveira, eletricista e diretor do Sindicato dos Eletricitários do Paraná, salienta que é muito importante que o trabalhador, principalmente o pintor que vai fazer pinturas próximo de cabos de energia, faça uma Análise Preliminar de Risco (APR) do local em que será efetuado o serviço.
“Se fizessem essa análise, com certeza o número de acidentes seria quase zero.” Segundo ele, é o executante do serviço que deve chegar no local e ver quais os fatores de risco que tem para se executar aquela atividade.
“Ele tem que verificar se tem alguma rede de alta tensão da Copel e vai ter que fazer a análise e saber que naquele ponto ele não vai poder chegar perto, não pode erguer muito o cabo do rolo (de pintura), porque geralmente o pessoal ergue o cabo para pintar e pega na ponta da alta tensão.”
Outra dica importante ao subir no telhado é verificar se não há cabos desencapados encostando nas estruturas metálicas (coberturas de zinco e ferro). “Tem que ver se tem algum cabo encostando corroído, até mesmo por um rato, que tá fechando curto na estrutura metálica, porque a hora que ele (trabalhador) colocar a mão também vai ter choque.”
Cladiovan reforça que é o descuido e a falta de observação das normas legais que levam aos acidentes graves. “A gente vê muitas vezes eletricistas particulares que sobem nesses postinhos, não amarram uma escada, não usam cinto, não usam uma corda salva-vidas, não usam cinto paraquedista, nada!”