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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Pioneiro Alcy Biavati comemora aniversário no mesmo dia que Verê

Geral

O pioneiro Alcy Biavati, memória viva após 60 anos vivendo no Verê.

Sentado na varanda da antiga casa que nos primeiros anos em Verê serviu de morada, o senhor Alcy Biavati e sua esposa Amélia, com 83 anos de idade, um dos pioneiros de Verê contou um pouco da sua história. “Essa casa aqui tem cerca de 60 anos. Moramos aqui alguns anos quando era só eu e a patroa, até construir aquela ali, maior para ter espaço também para os filhos”, detalhou seu Alcy apontando para a casa que mora ainda hoje. A antiga, serve de depósito de madeira e outros produtos agrícolas.

Seu Alcy nasceu no dia 26 de outubro de 1937, em Herval D’Oeste, Santa Catarina. “Sou catarinense de nascimento e vereense de coração”, afirmou em meio a uma risada alegre e entusiasmada ao reforçar que faz aniversário junto com o município que tanto ama.

“Eu vim pra Verê com 23, 24 anos, para cá. Eu casei lá em Santa Catarina. Mas como precisava fazer um pé de meia viemos pro Paraná, comprar um terreninho que conseguimos meio no braço”, explicou, contando que ficou uns meses onde hoje é a cidade até se mudar definitivamente para as margens do Rio Santana, onde reside até hoje.
“Já haviam alguns moradores, mas era tudo meio comunzinho. Estradinha meia ruim, casinhas cobertas de tabuinha… era assim o começo”, detalha. “Lembro que existia a família Garbosa, aos quais agradeço muito pela amizade e apoio”, aproveitou.

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“Naquele tempo não se tinha soja ainda. O que se produzia era milho, trigo, feijão e porco. O serviço era tudo braçal e com bois. Começamos cedo, no clarear do dia. O que se plantava produzia muito bem porque as terras eram novas, então dava bem. Mas não tinha as máquinas de hoje que cai de grão em grão. Naquele tempo era na base na maquininha: tec-tec; tec-tec; tec-tec”, descreveu enquanto fazia os gestos com as mãos de como segurava e os movimentos com a plantadeira de mão, também chamadas de pica-pau, pelo barulho característico.

“A cidade de Verê era para ter sido aqui na Barra do Santana, onde ficava os primeiros moradores e tinha mais moradores. Mas acabou sendo onde é atualmente, um pouco pela localização e também por ter um pouco mais de estrutura, como o sr. Luiz Francisco Paggi, que tinha uma farmaciazinha. Mas eram bem poucas casas. A maioria morava na agricultura. A Igreja não era essa que é hoje (Matriz), era uma bem mais antiga. Aqui, a comunidade da Barra do Santana era mais forte, chegou até mais de 70 ou 80 famílias, uns mais ricos outros mais pobres. Mas aí, o pessoal foi vendendo, quem podia comprava do outro e assim foi diminuindo o número de moradores. ” E a cidade foi crescendo com a vinda de novos moradores. “Todo dia vinham mudanças do Sul pra cá, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.”

Escritura
Seu Alcy guarda, com orgulho, o título da terra, documento datado em 5 de fevereiro de 1964, de 161 mil metros quadrados de área. “Meu documento é um dos mais antigos títulos de terra do município de Verê. Sou da Gleba 01”, afirma mostrando os papéis amarelados com o tempo, além do título, um recibo de imposto e o recibo do pagamento do título da terra no valor de $ 24.150,00 cruzeiros, moeda da época.

“Eu tenho orgulho de morar em Verê. Graças a Deus. Amo ele (Verê) como a minha casa. Porque já faz mais de 60 anos que moro aqui então eu respeito muito”, disse seu Alcy. Junto com a dona Amélia, falecida recentemente, Alcy teve quatro filhos: um homem e três mulheres: Nereu, Renita, Redite e Catarina.

“Você sabe quando a gente começa a vida com pouquinho não é muito fácil. E olha ali, o serviço está ali”, afirmou apontando para uma taipa de pedra com 600 metros feita por ele e a esposa ao longo dos anos, pedra por pedra, cerca de 40 a 50 metros por ano. Além deste feito, seu Alcy fala com orgulho das diversas árvores espalhadas pelo sítio que ele mesmo plantou, com destaque para os mais de dois mil pés de Araucária, que fazem um verdadeiro cinturão verde na parte mais alta da propriedade.

Alcy e Amélia, com os quatro filhos: Nereu, Renita, Redite e Catarina.

Lazer
Sobre o dia a dia na lavoura, seu Alcy comentou que era uma lida puxada, mas que nos fins de semana, se encontravam no Santana para rezar e jogar futebol. “Nós tínhamos um timinho bom, duro de roer…”, comentou e soltou uma forte gargalhada, em seguida completou. “Enfrentávamos o time da Palmeirinha, do Tacuaruçu, de Verê.”

ATUALMENTE
“Hoje, eu vejo como cresceu e está um município muito bonito, bem formado. Naquele tempo tinha só uma estradinha que ia para a Águas do Verê, outra para Beltrão, outra pra Dois Vizinhos e Itapejara. Hoje cresceu, tudo asfaltado. Verê que eu vi menininho agora já tá um home, já usa calça de bolso”, brincou seu Alcy com um ditado antigo. “Agradeço e parabenizo o Ademilso e o Luiz, porque pra mim estão trabalhando muito bem, por isso, agradeço muito. Assim, quando eu preciso, não tem hora, pode ser de dia ou de noite eu sempre sou atendido.”

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