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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Plantio de soja cresce nos últimos anos e Domina as lavouras do Sudoeste

Safra 2016/2017 foi recorde em área plantada e também em produção de soja na região. Outros produtos perderam espaço para o grão.

Engenheiro agrônomo Gustavo Zanella conta que a Coasul está preparando novos silos para armazenar a alta produção, que no ano passado encheu o seu estoque.

Nos últimos anos, tem sido claro o aumento na produção de soja por todo o Sudoeste do Paraná. Com preços atrativos em crescimento constante e custo mais reduzido que outras culturas, a soja tem dominado as lavouras da região, ocupando cada vez mais terras e se tornando um dos principais motores econômicos do Sudoeste.

“Como produto primário, a soja está em primeiro lugar em valor bruto da produção”, afirma Neri Munaro, chefe regional da Secretaria de Estado de Agricultura e Abastecimento (Seab) em Francisco Beltrão. Só na primeira safra de 2016/2017, os produtores do Sudoeste plantaram quase 270 mil hectares de soja, gerando mais de 1 milhão de toneladas (dados da Seab).

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Na primeira safra de 2017/2018 houve redução de 1% no plantio da soja —pouco perceptível. O grão continua como o principal produto primário de toda a cadeia agrícola sudoestina. “A soja vem numa crescente, ocupando as áreas de milho que vão sendo deixadas de lado, mantendo uma produtividade razoável, com preço bastante favorável”, diz Orley Lopes, gerente regional do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural(Emater).

Esse protagonismo do grão é muito reforçado por sua alta produtividade. “Estamos com uma média de 140, 160 sacas por alqueire, mas não é incomum produtores conseguirem alcançar os 200 sacos por alqueire”, acrescenta Munaro. Ele diz ainda que isso tudo só é possível graças aorientação e técnicas de manejo da cultura. “Temos no Brasil uma empresa de ponta em pesquisa agrícola, que é a Embrapa, a mãe na questão de tecnologia de soja. Tem também empresas particularese produtores de sementes que estão fortes na pesquisa. Tudo isso deixa nossa soja com uma tecnologia de ponta, que rivaliza com os Estados Unidos.”

Soja é o principal produto da imensa maioria das lavouras sudoestinas, inclusive no plantio feito pela sociedade Bottin-Mazzocco, da Agropecuária Santa Rosa,

que planta o grão em três quartos de sua área todo ano.

Fotos: Rubens Anater/Gente do Sul

 

Recordes de produção
O engenheiro agrônomo da Cooperativa Agroindustrial Coasul, Gustavo Zanella, reforça que o grande plantio de soja é motivado pela sua rentabilidade. “O preço tem estado em alta nos últimos três anos (o mercado internacional tem comprado bastante) e sua produção, em questão de equipamentos, fica mais barata que a do milho.” Além disso, ele comenta que a proibição da safrinha de soja tem feito os produtores investirem mais no grão na primeira safra, para terem mais opções na segunda.

A produção do ano passado foi tão alta que encheu todos os depósitos da cooperativa. O encarregado administrativo da Coasul em Francisco Beltrão, Leandro Giacomin, conta que foram 500 mil sacas: “É um recebimento histórico do produto. Foi o ano em que mais recebemos”. Em comparação, foram apenas 60 mil sacas de milho no mesmo período.

 

Produção de soja cresce também em Santa Catarina

Nas regiões Oeste e Norte de Santa Catarina — principalmente as mais próximas do Sudoeste do Paraná, com geografia e produção agrícola semelhantes —, o plantio da soja também tem crescido muito. Haroldo Tavares Elias, engenheiro agrônomo e analista de pesquisas da Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extenção Rural de Santa Catarina (Epagri), diz que a produção de soja tem aumentado anualmente, ocupando espaços que antes eram destinados a milho, pastagens e florestas plantadas (como pinus e eucalipto). “Vem aumentando todo ano e ainda tem área para expansão”, afirma.

No Estado, o plantio do grão na safra 2017/2018 chegou a 703 mil hectares, com produção de 2,45 milhões de toneladas — um aumento de 6,8% de área cultivada em relação à safra 2016/2017.Na microrregião de Xanxerê — maior produtora do grão em Santa Catarina —, foram 148 mil hectares, que geraram 545 mil toneladas do produto.

No entanto, esse crescimento da soja causa um problema muito semelhante ao do Paraná: redução das áreas destinadas ao milho. Elias relata que a produção de soja cresce, assim como a de milho para silagem em pequenas propriedades. Enquanto isso, a produção de milho para grãos só diminui. “Temos um consumo de cerca de 6 milhões de toneladas de milho no Estado, mas estamos produzindo apenas 2,5 milhões. É um deficit anual de 3,5 milhões que temos que importar”, analisa.

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