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O prefeito Cleber Fontana defende a presença do poder público em todos os bairros da cidade como forma de evitar a criação de bolsões de violência, citando o que aconteceu em cidades grandes como o Rio de Janeiro.
Sobre o Terra Nossa, assim ele se referiu, numa entrevista ao Jornal de Beltrão do dia 31 de dezembro de 2020:
“Outro momento de dificuldade foi a decisão por não retirar as pessoas do Terra Nossa, que já havia saído uma reintegração de posse, e eu optei por urbanizar e não fazer a retirada. A Polícia Militar já tinha a mobilização com 400 soldados pra fazer.
E eu decidi, uma decisão sozinha, minha, que eu precisei tomar. Não vou fazer isso porque sempre me impactou muito o Rio de Janeiro, claro, dada as proporções. No Rio de Janeiro, na década de 60 e 70, começaram as invasões nos morros.
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E os governos da época viraram as costas para os morros. Tipo assim: ‘Aquele pessoal lá invadiu, não paga imposto, não paga IPTU, não tem direito à propriedade. Então nós não temos compromisso nenhum com eles. Deixa eles lá’. Só que o tráfico entrou.
Primeiro entrou o jogo do bicho, depois o tráfico de drogas, e o Estado ficou fora. Então eu tinha muito medo que acontecesse algo parecido ali. Por isso que eu fiz os primeiros acordos com os líderes na época.
Tá bom, nós vamos tirar o portão, tinha um portão ali, e aqui eu quero que entre a ambulância, eu quero que entre o carro da Polícia, eu quero que entrem os agentes comunitários de Saúde, os agentes comunitários de endemia, o padre, o pastor.
Nós vamos fazer um trabalho para que esta comunidade, que está à margem, tenha noção de cidadania e sinta o poder público, o Estado, presente ali dentro. Assim nós conseguimos segurar as pontas, porque nós tínhamos tudo para ter um bolsão de violência muito maior do que tem, porque ainda tem um pouco, mas a gente conseguiu segurar.
Eu sou adepto da ideia de que o poder público tem que se fazer presente nesses bolsões de pressão social. Só assim você vai amenizar os impactos.
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