
Eneas Marques sepultou ontem o corpo de Hélio Parzianello, professor e ex-prefeito por quatro vezes (89-92, 97-00, 01-04 e 2009). Ele completaria 64 anos dia 26 de novembro. Foi vítima de um câncer. Deixa, entre seus filhos, o atual prefeito do município, Maikon Parzianello (PSDB).
Durante o velório, que lotou o pavilhão da igreja, o Jornal de Beltrão ouviu pessoas que foram despedir-se dele. Havia gente da cidade, do interior e também de outros municípios.
É normal as pessoas falarem bem de alguém que faleceu, mas, no caso de Hélio, todos destacaram a figura humana que ele foi, dedicado totalmente ao magistério, sua profissão, e à política. Nunca teve preocupação em enriquecer, era daquelas pessoas que dividem com os outros o que têm.
O médico Nilo Melhorança, que foi vice-prefeito nas gestões de 93/96 (do prefeito Antônio Carlos Bonetti) e 2001-2004 (do prefeito Hélio Parzianello), assim se expressou: “Eu digo que o Hélio foi, sem dúvida nenhuma, a maior figura política que já passou por Eneas Marques, e vai deixar o nome dele gravado no município como uma pessoa do bem, uma pessoa que tinha grande poder de atrair as pessoas, sempre sorridente. Era uma pessoa que contagiava, tinha um carinho muito grande, era um homem de bom trato com as pessoas, todo mundo fala bem do Hélio. As rivalidades políticas muitas vezes ocorrem em cidade pequena, mas todo mundo tem uma grande consideração e um grande respeito por ele. Estou extremamente triste, foi um dia triste para o nosso município, perdemos realmente a nossa figura mais ilustre”.
Norberto Goedert, ex-prefeito de Nova Esperança do Sudoeste: “Eu e o Hélio fomos adversários políticos, quando o Hélio foi candidato a prefeito, eu era candidato a vice na chapa do Juvelino Romano. Naquele tempo (1988), a gente era adversário, mas toda vez que nos encontrávamos, nós sempre conversava, dava risada, a política era separada do lado pessoal, tanto assim que depois ficamos mais amigos ainda. Tendo em vista aquela candidatura única (2004, com Valmor Vanderlinde), também reuniu os antigos grupos e fez, de certa forma, uma união maior, e nisso o Hélio teve o apoio e o carinho de pessoas dos dois lados políticos de Eneas. Mas ele foi um cidadão que conseguiu, por amizade, o voto de muitos adversários. E o Hélio era uma pessoa muito humilde, ouvia as pessoas falarem, ele tinha esse dom, essa capacidade de ouvir as pessoas, de atender e por isso que ele é uma pessoa muito amada pelo povo de Eneas Marques, e eu falo também da quantidade de pessoas de Nova Esperança que estão aqui. O Hélio representa uma história de Eneas Marques. Na época que nós lutamos pela emancipação de Nova Esperança, ele foi favorável ao desmembramento, ele entendia também que se nós fizéssemos mais um município, nós conseguiríamos trazer mais recursos, e nós iríamos proporcionar uma vida de qualidade pras pessoas, bem maior do que um município só poderia conseguir, e ele estava certo. Hoje, Nova Esperança já está em tamanho como Eneas Marques, e isso tudo faz parte da história do Hélio. E se talvez ele fosse contra e lutasse pra não deixar de ser distrito, talvez Nova Esperança não fosse emancipada”.
Luci Menin, funcionário público e vereador: “É uma grande perda pra história do nosso município, pela forma de como ele viveu com a sociedade ao longo do tempo na atividade pública, com certeza o nosso município sente a perda dele, e eu acredito que durante esse período que ele esteve aqui, a forma como ele conduziu o seu trabalho, deixou a sua marca na história do município. Por longos anos esteve frente à administração municipal, e isso com certeza criou entre ele e a sociedade um vínculo muito grande, muito forte, e você vê gente aqui de todas as comunidades, da cidade, do interior, que estão presentes nesse momento. E por parte dos alunos, direção de escola, de colegas sempre teve admiração como um bom professor”.
Clésio Neckel, engenheiro agrônomo, eneas-marquense que hoje vive em Palmas (PR): “Em um momento desses é difícil de falar, mas o Hélio é um amigo e companheiro de muitos e muitos anos. Nesse momento, a gente tem um sentimento de perda. A gente sabe que não tem o que fazer, fica um vazio, é uma pessoa insubstituível que vamos lembrar pra sempre”.
Secretário municipal Edson Lupatini: “Pra Eneas Marques, foi uma perda muito grande, muito lamentável, o Hélio Parzianello, uma pessoa tão jovem e que muito tem contribuído pro nosso município, não só na área humana, que ele era uma pessoa muito dada com a população, mas também pelo desenvolvimento da cidade como prefeito durante quatro gestões. Fez um trabalho excepcional na área social, habitacional, nas estradas do nosso município, no desenvolvimento econômico, na geração de emprego e de renda, na melhoria de qualidade de vida das pessoas. Eneas Marques perde muito com isso, mas é uma pessoa que vai ser sempre lembrada, por todas as gerações que virão, porque o nome dele vai estar exposto na memória de quem vive, e os jovens e das crianças que virão vão se lembrar dele porque ele vai ser sempre falado”.