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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Por que a caprinocultura não deu certo na região Sudoeste?

Cláudio Borges, instrutor do Senar e premiado pelo Sebrae no desenvolvimento da caprinocultura, explica os motivos.

 Cláudio Borges, pecuarista em Francisco Beltrão, com mais de 30 anos de experiência.

O médico Aryzone Mendes de Araújo (1928-2019) sempre foi um grande entusiasta da pecuária em Francisco Beltrão. Durante seus mais de 90 anos de vida, sempre buscou trazer novidades para a região Sudoeste do Paraná. Uma dessas novidades é a caprinocultura, que não teve tanto sucesso como ele esperava. Aryzone chegou a ser vice-presidente da Associação Brasileira de Caprinocultores e presidente da Capripar (Associação Paranaense de Caprinocultores).

José Claudimar Borges, o Cláudio, começou a trabalhar no escritório do doutor Aryzone em 1990. “Eu comecei como jardineiro. Aí ele me convidou para trabalhar na pecuária, só que eu tinha que obedecer ele em dois critérios: estudar e me formar na área de pecuária e tocar as propriedades dele por 35 anos, que era o nosso compromisso. E ele dizia que o interessante não era só trabalhar com isso, era gostar da atividade e ter a minha propriedade”, conta Cláudio, que em 2007 conseguiu comprar a sua propriedade para trabalhar com a pecuária. Só que hoje ele trabalha apenas com ovinos, não com caprinos.

“É um projeto que acompanhei desde o começo, inclusive fui premiado pelo Sebrae no desenvolvimento da atividade da caprinocultura, em 2002. Virei instrutor do Senar em caprinocultura, sou juiz de admissão em caprinos. A caprinocultura não deu certo na nossa região por um simples detalhe: nós somos descendentes de gaúchos, gostamos de ovelha, não gostamos de cabrito. E caprinos virou um modismo. O doutor Aryzone viajou pro Nordeste e se encantou com a caprinocultura, mas é uma atividade que não é nossa. Tanto que eu mesmo sou criador de ovinos, e eu tinha caprinos. Por que eu parei com a caprinocultura? Porque o mercado é seletivo, nós somos bairristas”, afirma Cláudio.

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Ele é um apaixonado pela pecuária. “A pecuária é lucrativa, mas você tem que gostar da atividade, porque dá muito trabalho. Sou um apaixonado pela pecuária de corte e de leite. Estou pensando em inovação na minha propriedade, que está passando por uma transformação muito grande. Não basta ter dinheiro e investir na pecuária, precisa gostar dela, porque não tem sábado, não tem domingo e nem final de ano. Pecuarista em época de praia tá fazendo silagem. A pecuária faz parte da minha vida.”

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