?Pra Ser Sincero?, música que dá nome ao livro, não é a preferida de Humberto Gessinger; a escolha foi uma forma de compensação
Os quatro anos do Hangar em Francisco Beltrão serão comemorados em grande estilo, com um dos maiores músicos e poetas do país. Humberto Gessinger, vocalista do Engenheiros do Hawaii, volta a Francisco Beltrão para um pocket-show e sessão de autógrafos do livro ?Pra Ser Sincero?. Em 304 páginas, Humberto conta a trajetória da banda, que surgiu para a realização de um único show. Aliás, nem o nome seria Engenheiros do Hawaii, e sim Frumelo & Os 7 Belos.
O livro foi lançado em 20 de dezembro de 2009. No exemplar, os fãs têm acesso a letras de 123 canções, com comentários de Gessinger sobre cada uma das composições, incluindo os sucessos ?Toda forma de poder?, ?Terra de gigantes?, ?Infinita Highway? e ?Refrão de bolero?.
?Pra Ser Sincero? traz também curiosidades e histórias dos bastidores das gravações. Gessinger conta como resolveu ?dar um tempo? no Engenheiros do Hawaii. Uma banda que fez história no rock nacional e marcou a vida de milhares de pessoas em todo o país. Com letras que falam de amor, vida, política, Gessinger conseguiu conquistar as pessoas através da música. Uma experiência que chegou agora, no livro que festeja os 25 anos dos Engenheiros. Confira a entrevista exclusiva que Humberto Gessinger concedeu ao Jornal de Beltrão.
JdeB – Como se deu a formação dos Engenheiros do Hawaii? Você acreditou no sucesso da banda desde o início ou a ficha começou a cair algum tempo depois?
Gessinger – Estudávamos na Escola de Arquitetura e montamos a banda para durar um único show. A ficha nunca cai. Melhor assim, viver um dia de cada vez.
JdeB – Nas 304 páginas do livro ?Pra Ser Sincero?, você escreve uma espécie de diário da banda. Qual a letra do Engenheiros que merece mais explicação no livro?
Gessinger – Acho que nenhuma letra precisa de explicação, cada um tem direito de ouvir como quiser. O que fiz foi lembrar coisas relacionadas às músicas, seu nascimento ou reações que causaram. Nunca foi minha intenção passar uma leitura oficial do meu trabalho. Como disse no livro: sou um coração, não sou um cardiologista.
JdeB – Uma das melhores músicas da banda deu o nome ao livro. ?Pra ser sincero? também é uma das suas preferidas?
Gessinger – Não. Geralmente gosto mais das músicas que não foram sucesso. Acho que é pra compensar. Como se fossem filhos mais frágeis.
JdeB – Sabemos que as bandas do interior precisam deixar suas cidades para tentar o sucesso nas capitais do país. Você considera esta uma realidade no meio artístico?
Gessinger – Hoje é menos necessário ir pras capitais do que era nos anos 80. Há muitas facilidades tecnológicas hoje para fazer a informação chegar às pessoas que estão fisicamente longe.
JdeB – Muitas bandas surgiram nos últimos anos seguindo a linha emo-core. Você acredita que este estilo veio para ficar ou é apenas uma febre passageira? O que dura mesmo é o bom e velho rock n´roll?
Gessinger – Não acompanho a cena, modismos, etc… Música boa transcende o estilo. Tom Jobim transcende a Bossa Nova, Marley transcende o reggae. Estes rótulos a gente coloca por preguiça, é bom não acreditar muito neles.
Pra Ser Sincero – por Humberto Gessinger
1 – Uma biografia onde eu conto minha trajetória, da infância ao meu novo trabalho, Pouca Vogal. ( www. pouca vogal.com.br )
2 – 123 letras que eu escolhi e, muitas delas, comentei.
3 – Um ensaio do professor Luís Augusto Fischer, que lança um olhar mais acadêmico sobre meu trabalho.
PRA SER SINCERO, 123 Variações Sobre Um Mesmo Tema. Editora Belas Letras.