Em dezembro, os três municípios de maior expressão econômica do Sudoeste – Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Pato Branco – apresentaram queda no valor da cesta básica.
A coordenação desse trabalho, feito mensalmente, é da professora Roselaine Navarro, do curso de Ciências Econômicas da Unioeste de Beltrão.
A redução em Dois Vizinhos foi de -3,22%) – em termos monetários RS 10,89. Em Francisco Beltrão a queda no valor gasto foi de -1,58% – R$ 5,30. Em Pato Branco: -1,30% – R$ 6,56.
O cálculo do gasto familiar com a alimentação, para uma família de tamanho médio com dois adultos e duas crianças (considerando que duas crianças correspondem a um adulto), exige a multiplicação do valor da cesta básica individual por três. “Os valores constantes evidenciam que o trabalhador de Dois Vizinhos, Francisco Beltrão e Pato Branco, que em dezembro foi remunerado pelo salário mínimo nacional, não conseguiu atender plenamente a necessidade alimentar básica de sua família”, diz o relatório.
Em dezembro, a pesquisa mensal da cesta básica, realizada pelo Dieese, apontou redução no quantum monetário gasto com a cesta básica de alimentação em 25 das 27 capitais. As reduções mais substanciais ocorreram em Aracaju (-5,11%) e Campo Grande (-4,16%). As elevações ocorreram em Manaus (0,22%) e em Rio Branco (0,97%). Porto Alegre e Florianópolis aparecem como as capitais que em dezembro detiveram a cesta de maior valor.
Nos municípios do Sudoeste onde se realiza mensalmente a pesquisa, em novembro a cesta de menor valor médio foi a de Dois Vizinhos (R$ 327,36) e a de maior valor, a de Francisco Beltrão (R$ 331,33).
O comportamento decrescente no valor da cesta observado no mês de dezembro com relação ao anterior, nos três municípios mencionados, deve-se, principalmente, à queda expressiva ocorrida no preço da batata e do tomate, bem como do feijão.
De acordo com os pesquisadores do Gepead-Unioeste, aos quais se incluem ainda o economista Nelito A. Zanmaria, de Pato Branco, e o professor Sérgio Luiz Kunh, de Dois Vizinhos, o valor representado pela cesta básica de alimentação destes municípios apresentou redução de -6,82%, -3,70% e -6,31%, respectivamente, no acumulado do ano. Vale observar que tal resultado se mostrou contrário ao observado pelo Dieese nas 27 capitais do País, onde o referido órgão realiza mensalmente a pesquisa da cesta básica de alimentação.
Nas capitais do Sul do País, como informou o Dieese, a alta acumulada no ano foi de (4,61%) para Curitiba, (7,01%) para Florianópolis e (8,16%) para Porto Alegre.
Dentre os 13 produtos que compõem a cesta básica de alimentação, alguns apresentaram variações mais expressivas em seus preços no ano de 2016, o que impõe algumas análises mais específicas. O preço do arroz subiu no acumulado do ano em todas as capitais. Nos três municípios do Sudoeste, no acumulado do ano a variação foi superior a 9,5%. Tal comportamento é explicado por dois de fatores: redução da área plantada em face do aumento nos custos de produção e a armazenagem do produto por parte dos produtores com vistas a obter maiores preços.
