Gradativamente, proprietários de imóveis e imobiliárias estão baixando o valor do aluguel das residências, apartamentos e pontos comerciais.

“O mercado de imóveis segue indefinido para os próximos meses ou, quem sabe, até o ano que vem”, afirma o corretor de imóveis Luiz Alberto Tomazoni. Por isso, não existe um consenso entre os especialistas de mercado imobiliário sobre a tendência de preços. Alguns afirmam que existe uma estabilização por causa da grande oferta, porém, a maioria continua acreditando na valorização dos imóveis, mas de forma contida.
Tomazoni tem contato com empresários do setor de grandes centros, como São Paulo e Curitiba, e por lá a situação está agravada, forçando os corretores, investidores e proprietários de imóveis a diminuírem o valor tanto para a venda, quanto para aluguéis.
Em Francisco Beltrão, os imóveis continuam com os mesmos valores de aluguéis, mas Tomazoni alerta: “Está na hora do mercado de imóveis beltronense acompanhar os valores nacionais. Hoje, são aproximadamente mil imóveis disponíveis para a locação e só não são ocupados porque os preços estão muito altos”.
Já o corretor José Carlos Vieira informa que não tem imóveis para locação disponíveis, mas concorda que o mercado segue a lei da oferta e procura. “Quanto maior for o número de imóveis disponíveis, menor o valor, mas se tiver poucos imóveis sobrando, daí o preço aumenta”, compara Vieira.
Cláudio Borges, também corretor, explica que o preço do aluguel acompanha o salário mínimo, por isso o preço dos imóveis tem reajuste anual. “Tem pessoas que procuram todas as imobiliárias, daí passa a impressão que falta imóveis. Mas, na verdade, está faltando imóveis novos, porque tenho bastante procura”, confirma.
Mas a opinião dos três corretores é padrão quando se fala no preço de aluguel das salas comerciais no centro. “Sobram salas comerciais porque os proprietários pedem muito dinheiro, e fica difícil um empresário que está começando conseguir se sustentar, fazer investimentos e ao mesmo tempo pagar o aluguel. Os proprietários precisam entender a realidade e baixar o valor imediatamente, para não ficar a sala fechada, sem inquilinos”, opina Vieira.
Valorização excessiva dos imóveis e a queda nas vendas
Desde 2008 os preços dos imóveis vieram numa crescente valorização. Os lançamentos imobiliários também aumentaram muito nos últimos sete anos e neste mesmo período a procura por imóveis novos se elevou significativamente. Entretanto, a alta valorização dos imóveis promoveu uma queda nas vendas. Desde a Copa do Mundo no ano passado, o mercado deu uma “freada” e a queda nas vendas foi sentida pelas empreendedoras do mercado imobiliário.
Com o aumento da oferta no mercado imobiliário, os preços dos imóveis vão cair? Esta é uma pergunta recorrente hoje no ramo imobiliário, mas o que a maioria dos especialistas afirma é que não haverá uma queda vertiginosa de preço dos imóveis, o que caracterizaria o “estouro da bolha imobiliária”.
Acredita-se na recuperação do mercado com um crescimento menor do que aconteceu na última década e que os imóveis continuarão se valorizando de acordo com a real demanda do mercado, principalmente nas regiões que apresentam boa infraestrutura. “Este é o melhor momento para quem quer comprar”, diz o coordenador do Núcleo das Imobiliárias de Francisco Beltrão (NIFB), Roberto Chiamente.
