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No cenário cada vez mais verticalizado de Francisco Beltrão, um modelo de edifício vem chamando a atenção, dada a quantidade de construções em andamento pela cidade. São prédios de pequeno a médio porte, entre quatro e oito andares, e que ganham cada vez a preferência tanto de quem compra quanto de quem constrói.
O empresário do ramo Carlos Alexandre Fabris se especializou neste tipo de imóvel há alguns anos – são apartamentos de alto padrão, como os de prédios maiores – e aponta como uma das principais vantagens a rapidez na entrega dos apartamentos. “No meu caso costumo fazer com até oito andares e entregar tudo já pronto. Os clientes preferem porque o tempo de conclusão é menor se comparado a um prédio maior, dado o período de cura das lajes, e aí conseguimos entregar mais rápido. Outro ponto é que se fizermos o modelo semiacabado, como geralmente é o padrão de grandes prédios vendidos na planta, sai mais caro essa fase pro cliente. Ele terá que correr atrás da conclusão e, às vezes, um proprietário pode concluir mais rápido o apartamento e outros continuarem em obras por algum tempo, o que gera barulho e incômodo”, relata.
Um grande edifício, por exemplo, demora entre 48 e 60 meses para ser entregue aos clientes, mas com as unidades semiacabadas – os clientes precisam providenciar pisos, pintura, forro, iluminação e revestimentos. No caso da Construtora e Incorporadora Fabris, o prazo médio de entrega das unidades vem sendo de até 30 meses, todas totalmente concluídas.
Outra construtora beltronense que aposta neste segmento é a Sollis, que está projetando edifícios menores e com unidades mais baratas devido à maior fatia do mercado que esse tipo de imóvel abrange. “Optamos por fazer apartamentos mais em conta, o que proporciona um giro de dinheiro mais rápido em relação a apartamentos de alto padrão. Atingindo um público maior, consequentemente a chance de vender aumenta e as vendas concretizadas realmente tem um fluxo maior. A desvantagem é que o lucro final da obra é menor comparado com apartamentos de alto padrão”, comenta o engenheiro da construtora, Geovane Stange Ghizoni.
Esse tipo de projeto também tem desvantagens em relação ao custo da chamada fração de solo (em tese, o valor do terreno é rateado entre todos os proprietários de apartamento e quanto mais unidades, menor é o valor da fração).
Quanto maior, mais burocracia
A simplificação da parte burocrática da construção de prédios menores é outro ponto que tem atraído as construtoras para este filão. Segundo Geovane, edifícios com menos andares demandam “menos investimento em equipamentos como grau e elevador cremalheira, entre outras normas que são exigidas conforme o porte da obra”. Uma das vantagens dos edifícios menores é que eles possuem menos restrições no zoneamento da cidade, ou seja, podem ser construídos nos bairros e fora das avenidas, diferente de prédios maiores.
Além da comodidade e da agilidade na entrega, os representantes das construtoras apontam ainda que os clientes têm preferido prédios menores porque possuem menos moradores, o que torna mais fácil a administração do condomínio.