Diferentemente de outros anos que antecederam as eleições municipais, desta vez os prefeitos que podem ir à reeleição estão evitando falar de forma clara sobre o futuro político.
Nesta semana, muitos deles passaram por Francisco Beltrão – prestigiando o deputado Ademar Traiano (PSDB) como governador interino – e a reportagem do Jornal de Beltrão conversou informalmente com alguns deles, ou assessores próximos. Nenhum foi categórico, mas a expectativa é que a maioria, ou todos, concorram novamente.
O PSDB é, em número de prefeituras, o partido que mais poderá ter candidato a uma segunda gestão consecutiva, 10. A legenda ganhou um prefeito, Rogério Benin (Honório Serpa), que deixou o PSD, mas ele está terminando seu segundo mandato.
Os tucanos perderam o prefeito de Mangueirinha, Alberi Guimorvan dos Santos, que foi para o PSC. Mas ele também está no segundo mandato.
O PMDB perdeu um: prefeito Adroaldo Hoffelser Sassá, de Nova Prata do Iguaçu, que foi para o PSC. Essa troca indica a disposição de concorrer, já que o PMDB local tem o controle do ex-prefeito Jair Morgan (2001-08), que deve disputar.
Pedetista histórico, o prefeito de Ampere, Hélio Alves, confessa que pessoalmente não gostaria de correr num novo pleito. “A família não quer; mas o grupo político pressiona”, revela.
O prefeito de Francisco Beltrão, Antonio Cantelmo Neto – principal nome do PMDB na região -, tem dito em entrevistas que sua decisão política será definida no ano que vem, em abril. Tudo aponta, no entanto, que a decisão está tomada e será positiva.
No mês passado, o prefeito de Dois Vizinhos, Raul Isotton – segunda força do PMDB na região -, declarou que a decisão será do grupo político que pertence. “Se o grupo achar que devo ir, eu vou”, declarou, lembrando que pegou “a prefeitura com dívidas e colocamos a casa em ordem.”
Em Chopinzinho, o prefeito que assumiu neste ano, Rogério Masetto (PDT), disse que o assunto eleitoral ainda não foi debatido com o grupo. A questão é delicada porque o candidato que venceu em 2012, Leomar Bolzani (PSDB), está preso, suspeito de ser conivente com o crime que vitimou em março o procurador municipal Algacir Teixeira de Lima. “Mas o nosso grupo está unido”, garantiu Masetto.
São Jorge D´Oeste também passou por um trauma política, mas de outra natureza: o eleito em 2012, Lorimar Gaio (PV), renunciou em novembro de 2013. O vice, Gilmar Paixão (PT), assumiu e ampliou a base de apoio.
Na sua estreia para cargo executivo em 2012, o então deputado Augustinho Zucchi (PDT) teve uma vitória apertada contra William Machado (PMDB) – apenas 575 votos de diferença, 20,6 mil contra 21 mil.
E para 2016, Zucchi? Ele respondeu: “ainda não falamos nada, mas o pessoal sabe, se eu for será como sempre foi, será do meu jeito”.
Um fato curioso movimentou a política regional no meio do ano. O prefeito de Renascença, Lessir Bortoli (PT), se aproximou do grupo do ex-deputado Luiz Fernandes Litro (PSDB) e deixou que se espalhasse a versão de que poderia renunciar o mandato e transferir o título eleitoral para Dois Vizinhos – município que governou de 2001 a 2008, pelo PMDB. Nada se confirmou, mas agora, com a tal “janela” – de 2 de março a 2 de abril os políticos poderão mudar de partido ou de domicílio eleitoral -, a possibilidade poderá ser retomada.
Nada indica, porém. Recentemente, Lessir e a comunidade de Renascença celebraram os números do índice de gestão fiscal da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) que avalia, basicamente, a administração do dinheiro público. Os dados são de 2013. São cinco indicadores: receita própria, gastos com pessoal, investimentos, custo da dívida pública e liquidez/restos a pagar. Renascença ficou em primeiro lugar na região e em quinto no Estado.
Oposição
Se os situacionistas estão reticentes em falar sobre 2016, os oposicionistas estão mais à vontade.
Em Francisco Beltrão, por exemplo, o vereador Cleber Fontana (PSDB) está colocado como pré-candidato a prefeito. O mesmo acontece em Dois Vizinhos com o também vereador Carlinhos Turatto (PP), que é firme: “pode colocar aí, sou candidato a prefeito em 2016, sim”.
Prefeitos que podem ir à reeleição
Hélio Alves PDT Ampere
Marcos Zandoná PMDB Barracão
Dilso Storchi PSDB Bela Vista da Caroba
Cezar Bueno PSDB Bom Jesus do Sul
Antônio Pilonetto PSDB Bom Sucesso do Sul
Lindamir Denardin PSDB Capanema
Rogério Masetto PDT Chopinzinho
Álvaro Felipe Valerio PSDB Clevelândia
Valdir Vaz PP Coronel Domingos Soares
Frank Schiavini PMDB Coronel Vivida
Luiz Pontes PMDB Cruzeiro do Iguaçu
Raul Isotton PMDB Dois Vizinhos
Maikon Parzianello PSDB Eneas Marques
Lucinda da Rosa PSC Flor da Serra do Sul
Antonio Cantelmo Neto PMDB Francisco Betrão
Eliandro Pichetti PDT Itapejara D´Oeste
Cláudio Gubertt PP Manfrinópolis
Mário Paulek PSD Mariópolis
Jair Stange PDT Nova Esperança do Sudoeste
Adroaldo Hoffelder Sassá PSC Nova Prata do Iguaçu
Augustinho Zucchi PDT Pato Branco
Alcir Pigoso PR Pérola D´Oeste
Argeu Geittenes PSDB Pinhal de São Bento
Milton Andreolli PT Realeza
Lessir Bortoli PT Renascença
Maurício Baú PPS Salto do Lontra
Moacir Fiamoncini PSDB Santa Izabel do Oeste
Altair Gasparetto Vadeco PSDB São João
Gilmar Paixão PT São Jorge D´Oeste
Mauro Cenci PV Saudade do Iguaçu
Almir Costa Ruivo PSDB Sulina
Adão dos Santos PT Verê
Juarez Votri PMDB Vitorino
Total 33
Prefeitos que foram reeleitos em 2012
Cleudemir Freitas PMDB
Boa Esperança do Iguaçu
Rogério Benin PSDB
Honório Serpa
Guimorvan dos Santos PSC
Mangueirinha
Luiz Bandeira PP
Marmeleiro
Hilário Andraschko PDT
Palmas
Marlon Kuhn PDT
Planalto
Marcos Michelon PT
Pranchita
Beto Arisi PMDB
Salgado Filho
Ricardo Ortiña PR
Santo Antônio do Sudoeste
Total 9