
temperatura elevam os casos de alergia.
Nem tudo é paraíso na estação das flores. Embora a paisagem das cidades e do campo esteja mais colorida e o tempo, mais agradável, a primavera pode se tornar um pequeno inferno na terra para aqueles que sofrem de rinite alérgica. Com o aparecimento das primeiras flores, o clima seco e as oscilações de temperatura, o sistema imunológico fica mais exposto às crises da doença pela presença do pólen no ar.
Muito confundida com a gripe, pois apresenta sintomas semelhantes, a rinite é a inflamação da mucosa de revestimento nasal, caracterizada pela presença de um ou mais dos seguintes sintomas: obstrução nasal, corrimento, espirros, prurido nasal e perda do olfato.
Em crianças, podem ocorrer episódios recorrentes de sangramento nasal relacionados à friabilidade (sensibilidade) da mucosa, espirros ou ao ato de assoar o nariz vigorosamente. Existem vários tipos de rinite. A mais comum é a rinite alérgica, que ocorre após exposição a alergenos e posterior formação de anticorpos, e tem prevalência de 30% entre os adolescentes. O prurido (coceira) nasal pode induzir ao hábito de fricção frequente do nariz com a palma da mão, gesto conhecido como “saudação alérgica”. A rinite alérgica, em geral, acompanha-se de prurido e de lacrimejamento ocular, podendo ocorrer também prurido no conduto auditivo externo, palato e faringe.
“Vale ressaltar que, muitas vezes, os sintomas que predominam são os oculares, como prurido ocular, hiperemia conjuntival, lacrimejamento, fotofobia e dor local. Importante salientar que 25% dos pacientes com rinites sofrem problemas com o sono, como dificuldade em adormecer, despertares frequentes e sono não repousante”, frisa o pneumologista Redimir Goya.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico da rinite é clínico e se dá através da análise dos sintomas do paciente. Eventualmente, podem ser solicitados exames de sangue e radiológicos para confirmação da doença, detectar a presença de complicações ou afastar outros diagnósticos, já que a rinite pode ser confundida com desvio ou perfuração do septo nasal, anomalias craniofaciais congênitas ou traumáticas, hipertrofia de adenoides, pólipos nasais, fibrose cística, certos reumatismos, infecções fúngicas e bacterianas e corpos estranhos, principalmente em crianças.
O tratamento exige higiene ambiental e medicamentos como antialérgicos nasais e por via oral. “Mas cuidado com o uso de descongestionantes nasais, pois podem causar rinite medicamentosa quando em uso prolongado”, alerta o médico.
Alérgicos devem evitar locais fechados, não fumar, evitar cheiros fortes, ficar longe de mofo e dos agentes que desencadeiam a crise, como o quarto, um dos ambientes mais contaminados por ácaros. O ideal é que o colchão e travesseiro sejam forrados, os edredons e bichos de pelúcia devem ser lavados frequentemente. Roupas de lã devem ficar, preferencialmente, em sacos plásticos fechados e deve-se evitar animais de estimação no local.