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Francisco Beltrão
sábado, 31 de maio de 2025

Edição 8.216

31/05/2025

Primeiros moradores de Marmeleiro são de 1915

Geral

Marmeleiro, área central da cidade. Município com população estimada de 14.407 habitantes (IBGE 2018)

Sudoeste Político 2018, por Ivo Pegoraro – O que Marmeleiro teve de diferente dos outros municípios do Sudoeste foi um historiador dedicado e minucioso, o também político e professor Francisco Marques Vaz (1930-2007). Em dezembro de 1980, Vaz editou seu livro “Histórico de Marmeleiro”; continuou pesquisando, reeditou em 1995 e não parou de pesquisar e aprimorar sua obra, até falecer, com 77 anos. Segundo o professor Vaz, os moradores mais antigos de Marmeleiro, com os respectivos anos de suas chegadas, são os seguintes:

“Em 1912, Manoel Ribeiro Leal, também conhecido por Manoel Gregório, morador de Campo Erê (SC), chega até as imediações do Lageado Santa Rita – hoje bairro de Marmeleiro – e “tira um sítio”, onde fez plantação agrícola, especialmente de milho”.

Junto com Manoel vêm os empregados Pedro Esterlino e Vicente Teixeira e, em 1913, o filho Javert e outro empregado, Olímpio Sudo. Mas, Manoel acaba abandonando o local, por receio dos índios que habitavam a região. Em 1915, vem de Clevelândia Hormino Carneiro Lobo, com a esposa Maria Angélica do Espírito Santo e seis filhos: Aurélio, Alcebíades, Ana Maria, Maria Francisca, Pedro e Napoleão. Estes se estabelecem, assim como Leandro Lopes, que veio no mesmo ano, com a esposa Angelina e filhos.

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O autor cita vários moradores pioneiros de comunidades do interior e continua com outros da futura cidade: Eugênio Carneiro Lobo (1918), Fermino Carneiro (1920), Abrelino Lourenço de Lima e Olímpio Garcia de Lima (1920), João Rolim Frederico (1925), Javert Ribeiro Leal (1940), Emílio de Oliveira Viana (1942), Abílio Viana de Camargo (1944), Pedro Paulista, Raul de Almeida e Francisco Prestes (1944), Armildo e Quirino Dala Costa (1945), Severino Moschen (1948).

Telmo Octávio Müller, primeiro administrador e segundo prefeito de Marmeleiro.

O governador Moysés Lupion foi quem sancionou a lei de criação de Marmeleiro e, em agosto de 61, nomeou Telmo Otávio Müller como administrador do novo município. Mas, no início de 61, Ney Braga assumiu como governador do Estado e destituiu os administradores municipais, ficando sem liderança oficial até a posse do primeiro prefeito, Assis Gabriel Bandeira, em 25 de novembro de 1961.

Nascido, o município de Marmeleiro recebe seu primeiro administrador, Telmo Octávio Müller, nomeado pelo Governo do Estado, em agosto de 1960, através do Decreto nº 31.526, e que permanece no cargo no começo de 1961.

Durante este mandato, por nomeação, Telmo Ovtávio Müller, influente político do PSD local, atende os interesses do novo município. Recebia pequena verba estadual (Cr$ 300.000,00) para despesas iniciais, gastando parte dela no serviço do próprio Estado.

Convida Francisco Marques Vaz para assessorá-lo. Telmo dedica vasta parcela de seu tempo aos afazeres municipais, gratuitamente, de vez que o cargo não é remunerado.

Logo após a troca de Governo do Estado do Paraná, em 1961, assume Ney Braga, que torna sem efeito a nomeação dos prefeitos provisórios.

A primeira rainha da SEM (Sociedade Esportiva Marmeleiro) foi eleita em 1956. O objetivo do concurso foi angariar fundos para a construção da sede social.

Adyles Balbinott, desfile no Hotel Brasil (foto acima). O resultado da última apuração das candidatas: 1º lugar Adyles Balbinott com 6.863 votos; 2º lugar Nayr Petrazzini com 1.449; 3º lugar Júlia Gaiovicz com 1.109.

A ata da reunião da diretoria da SEM, dia 10 de abril de 1956, mostra que estava em construção também o campo de futebol. Para isso, foram encarregados os associados Murilo Carneiro e Otávio Muller a pedir ao prefeito do município (na ata não diz, mas era o médico Rubens da Silva Martins) uma patrola, e também estava sendo convidado “o povo de Marmeleiro para ajudar na construção do campo”. A ata daquele dia 10 de abril dá o resultado do concurso para rainha da SEM. As três candidatas totalizaram 9.421 votos.

Adyles Balbinot, a mais votada, fez 6.863 votos.

Nayr Petrazzini , que ficou como primeira princesa, fez 1.449 votos.

Júlia Gaioviscz, a segunda princesa, fez 1.109 votos.

Adyles conta que ela trabalhava como balconista e também ajudava na parte administrativa da Loja Cacique, o que lhe facilitou a venda de votos. E ela se empenhou, vendeu e venceu.

Ao findar o ano de 1958, próceres políticos da região, aliados a líderes locais, endereçam à população um convite para uma reunião geral, na qual se estudaria o interesse pela ideia da criação de um município com o nome de Marmeleiro. Este nome deve-se à árvore, assim denominada, fartamente existente nas barrancas do rio do mesmo nome, que banha a cidade.

Influiu no aquecimento da ideia emancipacionista de Marmeleiro o desejo de progresso, inerente ao ser humano. Esse e outros fatores, todos válidos, representantes das boas qualidades de sua gente, fortalecem o ânimo dos futuros marmeleirenses.

Na primeira reunião, que conta com público considerável, é lançado o tema da pretendida criação de um município. Bem recebida, a notícia provocou reações favoráveis e uma ou outra de expectativa. Para a fermentação da ideia lançada e sua melhor difusão, haveria um interregno útil.

Acerta-se a data para reunião posterior. Aí já incubado plena e livremente o tema, volta-se a discuti-lo sob forma prática e de teorias assentadas. Resolvem os presentes, cerca de 200 pessoas, represen­tando quase todas as regiões interessadas, nomear uma comissão representativa, munida de poderes totais para labutar pela criação do município.

Denomina-se Comissão Central de Emancipação e dela fazem parte os comerciantes Adão Riograndino, Mariano de Sales, Aníbal Ribeiro Leal e Antônio Nicolau Ferreira Brandão; o agropecuarista Arlindo Mateus de Oliveira; os industriais Armildo Dalla Costa, Assis Gabriel Bandeira e Timótheo Salvador Roehe e o contabilista Francisco Marques Vaz. São realizadas diversas reuniões, mas na segunda delas, em 17 de fevereiro de 1959, é eleito presidente Francisco Marques Vaz e Timótheo Salvador Roehe, para secretário.
Após meses de trabalho, pesquisas, estatísticas e consultas, a comissão elabora projeto final como território do futuro município de Marmeleiro.

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