Cleiton Eduardo Bueno, que já foi metalúrgico e músico, agora se dedica à produção hidropônica no Bairro Pinheirinho.
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O brasileiro passou a consumir mais verduras, legumes e frutas. Para ofertar estes tipos de alimentos no varejo — supermercados, mercearias e panificadoras —, em atacados e centrais de abastecimento é preciso que haja produção dos agricultores. Nos bairros Júpiter e Pinheirinho, em Francisco Beltrão, há pessoas que se dedicam à produção de verduras e legumes.
Cleiton Eduardo Bueno, que já trabalhou como metalúrgico e músico, começou a investir na produção de verduras pelo sistema hidropônico. Primeiro instalou os canos e a estufa ao lado da casa da sua mãe, no Bairro Pinheirinho. A primeira estufa foi implantada há nove meses. Agora, ele está construindo uma segunda estufa, em parceria com um vizinho.
Em parceria com a mãe, Cleiton produz alface americana, alface crespa, agrião, almeirão, rúcula e o que tem como produzir na hidropônica. “Tô fazendo a experiência, tentando produzir”, conta. As verduras são vendidas na casa da mãe. Quem passa por ali, não tem como não ver a estufa. Isso facilita as vendas.
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O produtor diz que a demanda é maior do que consegue produzir. Apesar disso, o começo não foi fácil. Ele teve muitos problemas para acertar os ciclos de produção. “Os primeiros seis meses foi só prejuízo.” Pensou em desistir? “Não! Desistir, não.” Tanto que, devido à demanda, está construindo outra estufa nos fundos da casa do amigo Daniel Bueno, que será sócio. “Essa aqui a gente tá pensando em fazer um ponto e vender fora, talvez pegar a praça”, projeta. Ele está alugando o espaço do lote e vai dar uma porcentagem da venda das hortaliças.
Cleiton não pretende entregar em mercados ou mercearias porque a produção, se comparado com outros produtores, é menor. “Não compensa entregar pra mercados se não tem produção suficiente; a demanda pro consumidor final já é alta, então, quando eu consigo atender o consumidor final, gera mais lucro pra empresa também”, explica.
Acompanhamento
O empreendedor começou a se interessar quando viu os primeiros vídeos de aquaponia, um sistema de peixes e plantas. “Até montei três estufas de peixes e plantas, mas vendo a parte comercial, de uma forma pra gerar lucro, no caso, a hidroponia se saía muito melhor. Aí eu acabei mudando pra hidroponia [produção de verduras no sistema de água]”.
Como trabalha em escala comercial e usa os químicos para ajudar no crescimento das plantas, é preciso de acompanhamento técnico. “Eu tenho um técnico agrônomo em hidroponia que me acompanha. Eu comecei sozinho mesmo, como desse de fazer, mas depois, com o tempo, ele passou ali, conheceu a estufa e ofereceu o serviço dele. De lá pra cá, só melhorou”, diz Cleiton.
Os preços das verduras são praticamente os mesmos que os cobrados nos mercados e mercearias. Cleiton comenta que “não é tão diferenciado, porque a gente tem uma qualidade diferenciada: eu pego desde a semente, faço desde a muda — não compro a muda pra pôr no sistema. Então, a gente produz com semente de qualidade, selecionada sempre; qualidades como Jade, Angelina, qualidade que não encontra muito no mercado”.
O empreendedor compra as mudas do agrônomo, que tem uma casa agropecuária. “Uma parte ele fornece uma espuma fenólica e o restante compro no Mercado Livre. Por enquanto, tô pagando um preço alto”, revela Cleiton.