Em estado permanente de greve, a APP Sindicato reuniu educadores no centro de Beltrão para passeata.

Na manhã de ontem, segunda-feira, quem atravessou o calçadão de Francisco Beltrão deparou-se com um aglomerado de professores e funcionários da educação pública estadual. Com cartazes pedindo respeito e justiça, cruzes com nomes de parlamentares que apoiaram a mudança no ParanaPrevidência – com destaque especial para os quatro representantes do Sudoeste – e brados de “Fora Beto Richa”, os educadores reuniram-se às 9h, em frente à Igreja Matriz, e atravessaram o centro, em passeata em prol da educação.
Hoje é o 16º dia da greve que paralisou a educação e esse movimento foi uma maneira que os professores encontraram para “dar visibilidade para o nosso movimento. Mostrar para a sociedade porque nós ainda estamos em greve”, conta Roseli Ribeiro de Jesus, da direção regional da APP-Sindicato – entidade que representa a classe dos educadores do Paraná.

discursa para Educadores no calçadão de Francisco Beltrão.
Os educadores carregavam cruzes com os nomes dos parlamentares que votaram
a favor da mudança no ParanaPrevidência.
A reivindicação vai além do ParanaPrevidência
Segundo a educadora, a principal pauta da reivindicação que fechou as escolas desde o mês passado é a mudança no custeio da Previdência Social de aposentadoria dos servidores públicos do Estado, o ParanaPrevidência.
O assunto ganhou a mídia em 29 de abril, quando a Polícia Militar do Paraná impediu com truculência a entrada de professores manifestantes na sessão da Assembleia Legislativa enquanto os deputados votavam a aprovação da mudança.
De acordo com o professor Juca Correia dos Santos, da APP-Sindicato de Dois Vizinhos, o esforço dos professores é de que essa decisão seja revogada. “O Ministério Público e o Tribunal de Contas já disseram que ele é irregular e inconstitucional e que vai ter que voltar atrás, mas o governo insiste em pegar esse dinheiro”.
Juca reforça que, se o governo usar esse dinheiro para quitar dívidas de administração, “milhares de servidores correm o risco de, quando chegar a hora de pedir aposentadoria, não ter mais recursos disponíveis”.
No entanto, a discussão não termina aí. Segundo o educador, a greve continua porque o governo não aprova o aumento salarial de 13,01% necessário para atender a lei do Piso Salarial Profissional Nacional, porque existem professores que fizeram pós-graduação e estão há dois anos esperando receber os avanços de carreira aprovados pelo plano de cargos e salários, porque o governo reduziu recursos das escolas para conter gastos, entre outras reivindicações e pedidos pela educação, um dos pilares fundamentais da sociedade.
Sem previsão
Perguntados sobre as previsões da paralisação, os professores se mostram hesitantes. Segundo eles, depende do posicionamento do governo e da nova secretária da Educação, a pato-branquense Ana Seres, que vai se reunir com representantes da classe hoje, para tentar retomar o funcionamento da educação no Paraná.