Representantes do Conselho e do Comando de Greve da APP-Sindicato reuniram-se ontem, em Curitiba, e não aceitaram a proposta de reajuste feita pelo Governo do Estado, de forma escalonada. Portanto, continua a paralisação dos professores e servidores da rede estadual de ensino. Somados os dois perídos de greve – em fevereiro e depois de abril – os alunos estão há praticamente dois meses sem aulas.
Para rechaçar a proposta do governo, a APP alega que enquanto a lei fixa os 8,17% como reajuste mínimo para a data-base, o governador Beto Richa (PSDB) propôs 3,45%, referente à inflação de 2014 (de maio a dezembro), pagos em três parcelas (em setembro, outubro e novembro de 2015). A proposta chegou à Assembleia Legislativa no meio desta semana.
Roseli Ribeiro de Jesus, do núcleo da APP-Sindicato de Francisco Beltrão, disse que “com a proposta que o governo fez ontem [quarta], é um achatamento do salário da categoria”. Roseli cita que este achatamento está fixado no artigo sexto do projeto de lei. A professora argumentou que “é a mesma proposta de fevereiro apenas com uma maquiada”.
Diante desta análise, é que os professores e servidores das escolas estaduais decidiram manter a greve por tempo indeterminado. “A categoria continua mobilizada, e nós vamos tentar mobilizar mais pessoas”, anunciou Roseli. Uma das estratégias é mostrar aos educadores que a falta ao trabalho faz a diferença no “bolso”, mas não para a carreira do magistério.
Ato público
Hoje a categoria estará mobilizada para lembrar um mês do que a categoria considera “um massacre” ocorrido dia 29 de abril no Centro Cívico, em frente ao Palácio Iguaçu e da Assembleia Legislativa. Naquele dia, houve um confronto da PM e servidores e professores, resultando em 203 feridos.
Por isso, hoje, os núcleos sindicais da APP farão atos públicos em frente aos NREs. Em Beltrão, a manifestação começa às 9 horas e deve demorar de uma hora a uma hora e meia. Por último, os professores e funcionários das escolas deixarão os NREs após quase cinco dias de bloqueios aos servidores.
Na próxima semana
Dia 1, segunda-feira, o movimento de paralisação vai apresentar uma proposta para os alunos beltronenses. A primeira delas é um serviço de “tira-dúvidas” sobre a inscrição ao Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que já está com inscrições abertas para a edição de 2015.
No núcleo da APP, no Bairro Vila Nova, será disponibilizado o acesso à internet e ao site do Ministério da Educação para fazer a inscrição no Enem, além do apoio dos educadores.
Calçadão de Beltrão
No Calçadão, também segunda-feira, das 9h30 às 10h30, haverá uma aula magna de abertura de aulões para os estudantes dos terceiros anos do ensino médio que vão prestar o Enem. O professor Odair Geller, do curso de História, deve proferir a aula. Na sequência serão realizados mais aulões.