Geral

Projeto de extensão da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste), campus de Francisco Beltrão, criou uma horta de plantas medicinais com espécies reconhecidas e aprovadas pelo Ministério da Saúde. A horta é produzida numa área cedida pela Centro de Atendimento à Criança e Adolescente (antiga Amarbem), no Bairro Padre Ulrico. Dona Maria, participante da horta comunitária, ressalta que o projeto fornece uma alimentação mais saudável aos moradores.
O trabalho é feito em convênio da Prefeitura de Beltrão, a Associação de Estudos, Orientação e Assistência Rural (Assesoar), envolvendo os cursos de Medicina, Geografia, Serviço Social e Pedagogia, da Unioeste, e também um curso de Farmácia de uma universidade particular da região. Participam deste trabalho professores e estudantes vinculados ao Grupo de Pesquisa Corpo, Gênero e Diversidade e ao Grupo de Estudos Territoriais, ambos da Unioeste.
Na horta são cultivadas plantas medicinais, como alecrim, espinheira-santa, hortelã, guaco, ora-pro-nóbis e outras ervas. Apesar de a produção ser pequena, a ideia é socializar a produção entre os moradores do bairro e demais pessoas que necessitam dos chás e/ou das mudas. A produção é distribuída gratuitamente às famílias carentes da comunidade e, também, são realizados trabalhos de orientação sobre os benefícios e as formas de uso das plantas.
Coletivo de Mulheres
A coordenadora do projeto, professora-doutora Roseli Alves dos Santos, relata que a horta está atrelada ao projeto de Extensão Coletivo de Mulheres do Campo e da Cidade, que tem por objetivo participar e assessorar as atividades do Coletivo Regional de Mulheres representado por organizações do campo e da cidade, como sindicatos, organizações não governamentais e universidades com objetivo de organizar a participação das mulheres nos espaços públicos da região.
Foi no desenvolvimento deste projeto que surgiu a necessidade de construção de uma horta comunitária, atendendo a demanda das mulheres para o resgate das plantas medicinais como uma forma de valorização dos saberes locais, posteriormente a mesma foi ampliada para produção de hortaliças e aromáticas, atendendo as necessidades de diversificação e qualidade alimentar das famílias envolvidas e da alimentação das crianças atendidas pela antiga Amarbem.
“A horta tem função social e terapêutica, além de constituir-se numa forma de incentivo para novas práticas em relação ao consumo, incentivando a participação de mulheres do campo e da cidade” diz a coordenadora. A horta, existente hoje, passou por etapas e já recebeu financiamento do Programa Universidade Sem Fronteiras, da Superintendência de Estado da Ciência e Tecnologia, coordenado pelo professor Luiz Carlos Flávio e pelo Ministério da Educação, por meio do MEC-SEsu, coordenado pela professora Roseli.
Novas regras durante a pandemia
Atualmente, com a pandemia e o distanciamento social, o projeto teve que se ajustar e se limitar as novas regras. A internet passou a ser uma importante ferramenta. Da horta, os moradores cultivam seus canteiros respeitando o distanciamento e a divulgação das plantas e suas propriedades medicinais e formas de uso são realizadas via redes sociais, a partir da qual derivam também demandas específicas da comunidade.
O Coletivo Regional de Mulheres durante este período de pandemia tem realizado encontros virtuais para debater temáticas relacionadas ao debate de Gênero e a importância da participação das mulheres na Sociedade.
Dona Maria destaca benefícios do projeto
Dona Maria da Luz, que participa da iniciativa desde 2013, destaca a importância do projeto para o bairro. “Nós usamos muito as plantas medicinais, fizemos vários cursos e conversamos com as famílias do bairro, explicando os benefícios que as plantas trazem. Fiz vários cursos sobre as plantas medicinais na Unati, na Unioeste, é muito bom para as famílias, para a comunidade e para as crianças da Amarbem. Sempre tivemos uma parceria muito boa com a Assesoar, com a Prefeitura Municipal, com as pessoas do bairro, com a universidade, com a professora Roseli e o Luis, que sempre fizeram a frente para a continuidade com esse projeto que beneficia os moradores do bairro. Junto com essas plantas medicinais também veio a horta comunitária, que gera uma alimentação mais saudável. É isso que eu penso e passo para várias pessoas, é isso que nós aqui do Padre Ulrico precisamos, que as pessoas tenham a ideia clara de que as plantas medicinais possuem vários benefícios.”