Geral
Entre 2014 e 2016 o Brasil viveu um dos períodos econômicos mais delicados de sua história, resultado de políticas federais irresponsáveis e populistas executadas durante o governo petista. Um dano gigantesco que deixou mais de 14 milhões de brasileiros desempregados, destruiu a credibilidade financeira do País e alcançou recordes de inadimplência. Desde então, vagarosamente, o País foi se recuperando, muito devido à força do nosso agronegócio, que já abordei em artigos anteriores, e à políticas de incentivo para a indústria, que no final de 2017 começava a apresentar boas perspectivas. Entre 2018 e 2019 voltamos a alcançar números positivos na geração de emprego. Porém, a esperança de fortalecimento de nossa indústria, que corresponde por aproximadamente 20% de todos os empregos formais no País, sofreu um revés com a crise causada pelo novo coronavírus. Um cenário inesperado e que exigirá muita atenção do poder público para minimizar o dano que a indústria nacional irá sofrer. A necessidade desse cuidado é muito simples, uma vez que a indústria é a base de uma extensa cadeia econômica, abastecendo redes, criando tecnologias e fornecendo produtos que estimulam as atividades do agronegócio, comércio e serviços em todo o País. Não há como medir o tamanho do dano que a pandemia irá causar. Combater esse cenário exigirá a criação de novos formatos de tributação, financiamentos e ampliação de créditos para auxiliar o setor industrial, ações que já estão sendo adotadas com força em outros países. Bancos públicos e de desenvolvimento também terão um papel essencial no suporte ao setor produtivo, especialmente na promoção de condições diferenciadas de empréstimos, prazos e juros. Vivemos um momento singular na história e o poder público precisará assumir um papel protagonista para minimizar os efeitos da crise. Somado aos necessários investimentos na saúde para a preservação da vida da população, as políticas de proteção ao setor industrial serão fundamentais para o futuro do País, uma vez que a nossa recuperação econômica inevitavelmente dependerá desse trabalho.
Paulo Litro é deputado estadual, presidente do PSDB-PR e da Comissão de Indústria, Comércio, Emprego e Renda da Assembleia Legislativa do Paraná