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quinta-feira, 29 de maio de 2025

Edição 8.214

29/05/2025

Protestos contra Jair Bolsonaro reúnem milhares nas ruas em meio à pandemia

A recomendação para a utilização de máscaras teve ampla adesão de manifestantes; em Francisco Beltrão, protesto foi no Calçadão central.

No facebook, petistas destacaram um dos momentos do protesto de sábado no Calçadão.

Protestos contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) reuniram milhares de manifestantes em várias cidades do país sábado, 29. Houve atos em todas as 27 capitais brasileiras, com grandes concentrações em São Paulo e no Rio de Janeiro.Liderados por centrais sindicais, movimentos sociais e partidos de esquerda, as manifestações foram alvo de críticas por acontecerem presencialmente em meio à pandemia da Covid-19, num momento em que o país ultrapassa 450 mil mortes pela doença.

Pelo menos nove capitais, além do Distrito Federal, têm ocupação acima de 90% dos leitos de UTI.A recomendação para a utilização de máscaras teve ampla adesão de manifestantes, mas houve aglomerações em diversos locais, em descumprimento às regras de distanciamento social sugeridas por especialistas para conter a disseminação da Covid-19.

Francisco Beltrão
Em Francisco Beltrão, lideranças protestaram sábado pela manhã no Calçadão central. Cartazes denunciavam as mortes por Covid e criticaram políticas federais na áreas de sáude e educação e defenderam uma prática de vacinação urgente.

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São Paulo
Em São Paulo, o protesto começou às 16h na avenida Paulista, que foi bloqueada em frente ao Masp –os organizadores estimaram 80 mil pessoas presentes. A manifestação paulistana contou com a presença do pré-candidato do PSOL ao Governo de São Paulo, Guilherme Boulos. Ao chegar ao evento, o líder partidário, que também é um dos coordenadores da frente Povo sem Medo, disse que “derrotar o Bolsonaro é uma questão de saúde pública”. A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, também participou do protesto. PT, PSOL, PC do B, PCB, PCO e UP declararam apoio à iniciativa e dispararam chamados para os militantes.

Rio
No Rio de Janeiro, milhares de manifestantes caminharam das 10h às 13h pelo centro da cidade, fazendo o trajeto do Monumento Zumbi dos Palmares até a Cinelândia. Um grande boneco inflável do ex-presidente Lula, com os escritos “Lula Livre”, foi levado ao ato, assim como placas de “Fora Bolsonaro” e gritos contra o presidente. Quase todos usavam máscaras. BrasíliaEm Brasília, os manifestantes defenderam o impeachment de Bolsonaro, além da aceleração da vacinação e aumento do valor do auxílio emergencial.“Os tempos são dramáticos. Dramáticos porque falta comida na mesa do povo”, disse a deputada Talíria Petrone (RJ), líder do PSOL na Câmara.Segundo os organizadores do evento, cerca de 30 mil pessoas participaram da passeata, que percorreu a Esplanada dos Ministérios até a frente do Congresso Nacional.

Pauta da esquerda mira no impeachment de Bolsonaro
Forças da oposição de esquerda estavam rachadas nos últimos meses sobre ir às ruas em meio à pandemia de Covid-19, mas entenderam que o descontrole do vírus e os índices de desemprego e fome exigem a realização de protestos.

Para neutralizar as críticas, tanto entre apoiadores quanto entre detratores do governo, os articuladores deram orientações de segurança para as pessoas que irão aos atos, como o uso de máscara adequada (do tipo PFF2) e a ordem de manter distanciamento nas passeatas.

As manifestações de sábado abraçaram ainda pautas como a aceleração da vacinação contra a Covid, o retorno do auxílio emergencial de R$ 600, a luta antirracista, o combate à violência policial, o ataque às privatizações e a defesa da educação pública.

Embora partidos e movimentos por trás da convocação afirmem que o mote “fora, Bolsonaro” traduz o desejo de afastamento imediato, líderes admitem haver obstáculos para o desenrolar de um processo. Eles, no entanto, enxergam as mobilizações como um passaporte que pode levar a esse destino.

A avaliação é que o impeachment pode ganhar força a partir da ocupação das ruas. Por isso, o esforço é para pressionar o centrão, fiel a Bolsonaro e uma barreira para o processo na Câmara, e o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), a quem cabe desengavetar um dos 114 pedidos protocolados.

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