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“Eu sou a Meg. Tenho esse nome há muito tempo, mas tinha uma aparência muito diferente no ano passado. Passei por algumas casas sem ter amor, amarrada a uma corrente muito curta, tendo filhotinhos em uma situação muito triste. Minha corrente era tão curta que eu mal podia deitar. Quem ama, não acorrenta, não é?” Esta é parte do perfil de Meg, uma chow chow resgatada pela ONG Arca de Noé, que também está no calendário da entidade.
O depoimento continua: “Um certo dia, minha antiga dona pediu ajuda para a tia Carla, da Arca de Noé, para buscarmos uma nova família para mim e para minha filhotinha. Fui toda mimada, fiz muitos exames e fui castrada, enfim. Iniciou-se então a grande busca por lar temporário, pois a Arca não possui abrigo. Foi muito difícil para as titias da Arca de Noé, pois ninguém queria me cuidar. Fiquei muito triste, sou muito comportada. Só precisava de uma oportunidade.”
Foi neste momento que apareceu os adotantes Fernanda Serota e Vlade Barcellos. “Então, um anjinho que eu continuo amando muito me cuidou por um bom tempo, de forma temporária. Ele não pôde ficar me cuidando por mais tempo, então passei por mais alguns lares temporários. Enfim, um dia, outro anjinho surgiu e se dispôs a me cuidar temporariamente. Fiz de tudo para conquistá-la e consegui. Hoje amo muito minha família e sei que sou amada. Sou tão feliz. Gostaria que todos os meus amiguinhos caninos conhecessem esse amor.”
Meg, que deve ter cerca de 4 anos, divide a atenção dos donos com Théo, um cãozinho sem raça definida, que é uma doçura. “A Carla estava à procura de um lar temporário, eu vi a postagem e no mesmo minuto mandei mensagem, falando que eu poderia cuidar dela, até que meu cachorro (Théo) aparecesse, pois ele havia fugido do pet. Quando chegou, ela não queria saber de carinho, só ficava deitada no portão à espera dos seus antigos tutores temporários”, conta.
Segundo a tutora, Meg se tornou a dona da casa, encantando todo mundo, mas ainda era avessa a demonstrar e receber carinho. “Umas três semanas depois tive notícias que meu cachorro estava em um loteamento. Saímos desesperados buscar ele. O receio agora era ele se dar bem com a Meg, pois não queríamos deixar ela a mercê de outro lar temporário. Mas desde o primeiro contato os dois se deram muito bem, então não tivemos dúvidas, foi adoção. Com a convivência com o Théo, vimos ela se transformar.”
Meg aprendeu a disputar atenção. “Cada demonstração de afeto era emocionante; ver aquela meninona deixar a gente acarinhar foi maravilhoso. Agora não pode ver uma porta de carro dando bobeira que ela quer passear”, comenta Fernanda.