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Francisco Beltrão
domingo, 25 de maio de 2025

Edição 8.211

24/05/2025

Rádio é paixão e mexe com a imaginação das pessoas

Geral

Luiz Carlos Bággio no meio da torcida do Internacional, quarta-feira, dia 18, no jogo Inter 1×2 Athlético, na decisão da Copa do Brasil: “É pelo rádio que o torcedor se prepara para o jogo, com ele chega ao estádio e durante o jogo acompanha tudo e ainda volta para casa acompanhando comentários e entrevistas. Difícil imaginar o futebol sem o rádio”.

Parabéns, Luiz Carlos Bággio, pelos seus 60 anos completados hoje, 21 de setembro.

Hoje é o aniversário do Bággio e dia 25, próxima quarta-feira, comemora-se o Dia Nacional do Rádio. Em abril deste ano, Bággio falou sobre o Rádio no 40º aniversário da Rádio Ampere. Nesta semana, ele esteve na decisão da Copa do Brasil em Porto Alegre e novamente escreveu sobre o rádio. Segue seu currículo e “Uma noite no Beira-Rio”.

Luiz Carlos Baggio, nasceu em 21 de setembro de 1959, em Pinhão, então Distrito de Guarapuava, Paraná. É o primeiro dos oito filhos de Alorenus Baggio, agricultor, e Sebastiana Senhorinha Baggio, professora estadual. Aos seis anos, ingressou no Grupo Escolar Procópio Ferreira Caldas, em Pinhão. Com 11 anos, foi para o seminário São João Batista, de Luzerna, em Santa Catarina, onde concluiu o primeiro grau. Em 1975, iniciou o segundo grau no Seminário Santo Antonio, em Agudos, São Paulo. Deixou o seminário no final de 1976 e cursou o último ano do 2º Grau no Colégio Estadual de Pato Branco. No início de 1977, teve o primeiro emprego, na Rádio Pato Branco, que funcionava na torre da Igreja Matriz e pertencia ao Grupo Celinauta. Aprovado no vestibular, iniciou a faculdade de jornalismo no início de 1979, na Pontifícia Universidade Católica, de Porto Alegre. Na capital gaúcha atuou na Editora Gráfica Nacional, Rádio Farroupilha e Rádio Continental. Foi presidente do Ceupa (Casa do Estudante Universitário de Porto Alegre).

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Em meados de 1982, mudou-se para Francisco Beltrão, onde foi contratado pela Rádio Educadora, no Departamento de Jornalismo. Em 1985, mudou-se para Pato Branco, onde passou a trabalhar na sucursal do Correio de Notícias. Seis meses depois, o então diretor da Rádio Educadora Domingos Bertaiolli o chamou de volta. Atuou na emissora até abril de 1994. Em maio desse ano, ingressou na Rádio Princesa onde permaneceu até o ano 2000. Em 2001, a convite do prefeito Vilmar Cordasso, assumiu o Departamento de Esportes do município de Francisco Beltrão, cargo no qual permaneceu até o final de 2008. Em 2008, no dia 15 de agosto, passou a integrar a equipe da Rádio Onda Sul FM, que entrava em operação. Desde então continua na emissora onde coordena o Jornalismo e a equipe esportiva.

Fatos relevantes
Em 10 de dezembro de 1983, casou-se com Lorena Terezinha Marangon. Dessa união nasceram dois filhos: Giovana Carla, em 9 de junho de 1985, e Alexandre, em 1º de novembro de 1987. Ainda solteiro, tornou-se pai de Fátima Aparecida, em 14 de fevereiro de 1979, e de Leonardo, em 24 de janeiro de 1991.

Foi vereador do município por dois mandatos. Eleito em 1988, com 715 votos, pelo PFL, foi reeleito pelo mesmo partido em 1992, com 611 votos. Foi presidente da Câmara de Vereadores nos anos de 1991 e 1992, tendo participado da elaboração da Lei Orgânica do município.

Em 1989, juntamente com seis colegas de imprensa, foi um dos fundadores do Jornal de Beltrão, tendo participado da equipe por mais de 20 anos. Hoje é colaborador como colunista e acionista da empresa.

Uma noite no Beira-Rio
Quarta-feira, dia 18, voltei ao Beira-Rio, como torcedor, depois de muitos anos. Ali já estive muitas vezes como profissional, principalmente em clássicos do Inter com o Grêmio. Era a final da Copa do Brasil entre Internacional e Athélico. O Inter precisaria vencer o jogo por pelo menos um gol de diferença, pois na semana anterior havia sido derrotado em Curitiba por 1 x 0. Desde o início, era claro que a tarefa não seria fácil. Bem postado em campo, o Athético se defendia com competência e abusava da cera. Era algo combinado, a cada pouco tinha um jogador caído no gramado. Aos 24 minutos, Léo Citadini, em rápido contra-ataque, abriu o placar para o time paranaense. O Inter partia para cima, sem muita organização e aos 31 minutos, após confusão na área, Nico Lopes mandou a bola para a rede. No segundo tempo, o Inter buscava o gol, com insistência. Mas foi o Atlético que, nos acréscimos, marcou com Rony. E o sonho virou pesadelo.

Uma grande festa marcou o dia do jogo. Desde as primeiras horas da manhã, milhares de pessoas se concentravam no entorno do Beira-Rio, muitos assando churrasco sob as árvores do Parque Marinha do Brasil. Antes do jogo, muita festa e alegria. O estádio estava todo vermelho, tomado por 50 mil pessoas. A vitória do adversário foi, certamente, uma das maiores decepções da história do Inter, quase imbatível diante de sua torcida. No apito final, o que se via era o torcedor com o olhar perdido para o gramado, tentando assimilar o que acabara de ver. Alguns choravam.

O rádio continua sendo um personagem importante no futebol. Hoje, de uma forma diferente, pois a maioria chega ao estádio e acompanha o jogo com o fone nos ouvidos conectado ao celular. As principais emissoras deram cobertura desde o início da manhã, repassando todas as informações sobre o confronto, as possíveis escalações, ingressos e orientações sobre o trânsito. É pelo rádio que o torcedor se prepara para o jogo, com ele chega ao estádio e durante o jogo acompanha tudo e ainda volta para casa acompanhando comentários e entrevistas. Difícil imaginar o futebol sem o rádio.

 

Dia 17 de abril deste ano, o jornalista e radialista Luiz Carlos Bággio falou em Ampere sobre o rádio, atendendo convite de Hélio Alves e Reinoldo Netz, diretores da Rádio Ampere AM, emissora que estava comemorando 40 anos de existência.

“Quando era criança, bem menino ainda, acordava de manhã cedo, em casa, ouvindo o programa do Teixeirinha na Rádio Farroupilha de Porto Alegre. Muitos dos senhores devem lembrar disso. Alguns anos mais tarde eu tive a honra de trabalhar em Porto Alegre na Rádio Farroupilha e de vez em quando me encontrava com Teixeirinha pelos corredores. Eu ficava olhando aquele cidadão desse tamainho, com um talento enorme, e pensava em como tinha uma imagem totalmente diferente dele quando o ouvia no rádio.

O rádio tem essa magia, essa força que nem um outro meio de comunicação tem. Se você fala no rádio que “naquele momento entrou uma linda mulher na sala”, cada um imagina a linda mulher do jeito que ele considera que uma mulher pode ser bonita. O rádio mexe com a imaginação das pessoas.

O pessoal da narração esportiva sabe o quanto há diferença da narração esportiva no rádio e na tv. Às vezes a gente tá narrando o jogo, tem alguém indo pro estádio, e você narrando “saiu pela linha de fundo, cruzamento na área, quase saiu o gol”, o cidadão chega no campo e diz: “Você tá mentindo, não é esse jogo que eu esperava assistir”. Mas é verdade. No rádio você tem que transmitir emoção.
O rádio não tem 100 anos no Brasil, dizem algumas teorias que a primeira estação de rádio foi inaugurada em 1919 no Recife, a Rádio Clube do Recife. Mas na verdade o rádio começou no Rio de Janeiro, com a Rádio Clube, depois veio a Rádio Sociedade. No começo era tudo muito rudimentar, o pessoal fazia rádio segunda, quarta e sexta na Rádio Clube. Terça, quinta e sábado na Rádio Sociedade. No domingo eles descansavam. A coisa foi evoluindo, o rádio foi crescendo, ganhando importância. Getúlio Vargas é responsável pelo programa mais antigo do rádio brasileiro, a Voz do Brasil, que no tempo dele ele tornou obrigatória a transmissão da Hora do Brasil em 1937 e depois transformou-se Voz do Brasil em 1946. É um programa que hoje é transmitido pelas mais de cinco mil emissoras de rádio do Brasil.

Muita gente já previu o fim do rádio. Em 1940, a revista americana Times, que é uma das maiores revistas do mundo, previu que o rádio ia acabar. Por quê? Porque foi a época que a TV começou a aparecer. No Brasil em 1950, quando foi instalada a TV Tupi, que foi a primeira emissora do Brasil, o pessoal dizia: “Não, agora o rádio acabou”. De fato o rádio sofreu o baque, porque o rádio era a grande atração. Muito do pessoal do rádio, os grandes cantores da época que se apresentavam no rádio, foram todos pra televisão, mas o rádio não morreu. Aí veio a internet e as pessoas disseram: “Não, agora acabou o rádio, com internet pra que rádio?”. Olha, pessoal, a internet deu asas pro rádio, hoje estamos transmitindo um jogo aqui, do Ampere, do Marreco lá em Beltrão, e tem pessoas ouvindo a gente do outro lado do mundo. Seguidamente se recebe recados de gente que tá ouvindo no Japão, Estados Unidos, Londres. Todo dia tem recados assim. A rádio estando na internet pode ser ouvida de qualquer lugar do mundo. Com os aplicativos ouvi, por exemplo, lá na Europa, jogos em Beltrão, que o União foi mal inclusive, tava lá na Itália ouvindo a rádio pelo aplicativo. É impressionante a força que a internet deu pro rádio.

Eu penso, e vendo a paixão que as pessoas que fazem a Rádio Ampere têm, não acredito no fim do rádio. Acredito que vá mudar, que vá se adaptar cada vez mais. O Rádio tem que ser feito como é feito aqui, local. Não adianta pegar um jornal lá de São Paulo ou de Curitiba e ficar lendo. O povo não quer saber disso. O povo quer saber se sua rua tá com problemas, se vai faltar água no final de semana, se vai faltar luz no dia tal, quem foi que morreu no final de semana. O povo quer saber as informações locais, regionais.

Eu quero parabenizar a Rádio Ampere, talvez eu não faça parte da história da Rádio Ampere porque minha participação foi ínfima, vim aqui narrar uns jogos com o Hélio Alves. Com aquele famoso fusquinha branco da Rádio Ampere a gente andou por aí. Tava lembrando que o Ivo, meu compadre, diretor-presidente do Jornal de Beltrão, eu não tinha carro na época, o Ivo me trouxe pra cá, me levou em Nova Prata do Iguaçu, quanto jogo do Pratense, do Saniza e companhia. Lembro de uma ocasião, o Júlio era pequenininho, vivia descalço, só de calção correndo no campo do Palmeiras, e um dia estourou uma briga entre o Pratense e o Palmeiras. De repente alguém puxou um revólver lá no meio do campo e o Hélio de repórter, enquanto isso eu tentando tranquilizar: “Tá acontecendo uma pequena confusão no campo do Palmeiras, mas tá tudo bem” e o Hélio me largou o equipamento e foi lá apartar a briga. Aí o que eu ia dizer pro ouvinte? O jogo parado, o pau comendo lá no campo, o Hélio querendo apartar a briga… são histórias.

Tenho certeza de que grande parte do que Ampere é hoje é graças à Rádio Ampere. Todas as cidades que têm uma rádio atuante como a Rádio Ampere é, crescem, se desenvolvem. Cito o exemplo de São Lourenço do Oeste, é uma rádio que se desenvolveu imensamente, ela atrai, fomenta empresas, gera discussões, debates, incentiva o crescimento. E falo isso com toda a convicção porque nasci numa cidade (Pinhão – PR) que hoje tem 30 mil habitantes e não tem uma rádio. É uma cidade que parou no tempo porque não tem uma rádio. Se tivesse uma rádio pra incentivar, debater, trazer as campanhas de crescimento, acredito que seria diferente. Então acho que o município de Ampere deve muito à Rádio Ampere, porque a Rádio Ampere foi uma personagem decisiva no crescimento desse município. Hoje Ampere é um dos municípios de destaque na região, mesmo não sendo um dos maiores, é industrializado, é exemplo pra tantos outros aqui no Sudoeste e a Rádio Ampere faz parte disso.”

 

Dia Nacional do Rádio é 25 de setembro
A primeira transmissão oficial de rádio, no Brasil, ocorreu dia 7 de setembro de 1922, data que se comemorava o centenário da independência. Foi à distância e sem fios, o equipamento instalado no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro. Como novidade, a transmissão do discurso de Epitácio Pessoa, que era o presidente do País.

Mas o Dia do Rádio é 25 de setembro porque é a data de aniversário de Edgard Roquette Pinto (nascido em 25 de setembro de 1884), um médico que pesquisava a radioeletricidade para fins fisiológicos e que foi o fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, a primeira emissora regular do Brasil.

Dia Mundial do Rádio é 13 de fevereiro
O Dia Mundial do Rádio, comemorado desde 2012, é 13 de fevereiro. A data foi escolhida como homenagem à primeira emissão de um programa da Rádio das Nações Unidas (United Nations Radio), em 1946. A transmissão do programa foi em simultâneo para vários países.

O Dia Internacional do Rádio foi criado e oficializado em 2011, pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco).

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