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Faleceu no último sábado, 8, em Dois Vizinhos, o cabo Raul de França Veloso, 86 anos. Natural de Pitanga (PR), ele veio para o Sudoeste ainda jovem, em 1957, sem saber o que ia encontrar. Solteiro, recém-formado na Academia de Polícia, Veloso topou o desafio sabendo apenas que, por aqui, havia estourado uma ‘revolução’.
“Eu nem sei como é que eu vim parar aqui em Dois Vizinhos. Eu estava em Curitiba e nós saímos de serviço do Palácio do Governo, numa tropa. Nós estávamos no pátio, formados para entregar o armamento e o capitão falou: ‘tem um problema no Sudoeste’. Eu nem sabia onde ficava. Ele continuou: ‘Precisamos de voluntários’. Aí eu era solteiro, não devia nada pro diabo, como diz o outro, peguei e ergui o dedão. Ele mandou dar três passos para frente, eu me apresentei com mais uns dois ou três que se habilitaram. Eu sabia que eles pegavam na marra, geralmente o que era solteiro não escolhia, então, resolvi me oferecer. Aí, até alguns me falaram que eu era louco de me fincar nesses ‘cafundós’ aqui, que estavam matando gente. Eu não tinha nada a perder e resolvi arriscar”, lembrou Veloso, em entrevista concedida ao Jornal de Beltrão em 2016.
Antes de ser policial, Veloso foi mecânico de elevador e também pedreiro. “Eu trabalhei na construção do Palácio do Governo, em Curitiba, de 1952 a 1955. O Bento Munhoz da Rocha Neto, o famoso Bentinho, foi meu chefe. Eu fiz de tudo um pouco, só não roubei e matei. Eu saí de Pitanga para ser mecânico de elevador em Curitiba quando eu tinha 16, 17 anos, em 1950. Depois eu fui carpinteiro e pedreiro, até entrar na Polícia. Eu trabalhei na construção do palácio e depois tive a honra de tirar a guarda no mesmo palácio, quando entrei para a Polícia, em 1956”, disse.

Homenagens
Em 10 de agosto de 2018, Veloso recebeu homenagem da Polícia Militar do Paraná em Francisco Beltrão, em ato de comemoração aos 164 anos da corporação. Em 17 de junho de 2019, recebeu moção de aplauso na Câmara de Dois Vizinhos e no dia 22 de outubro de 2018, ele também recebeu homenagem na Câmara de São Jorge D’Oeste, cidade onde foi responsável pela delegacia e também chefe do posto de trânsito. Ele foi sepultado com honrarias da Polícia Militar. Ele deixou a esposa, Hilda, e os filhos Giovani, Mariângela, Gilson, Elenice, Gilmar, Jolcemar e Joelson, além de oito netos e dois bisnetos.