
contatar clientes e até mesmo os colegas de trabalho.
Em uma pesquisa rápida pela internet é possível encontrar depoimentos de pessoas que perderam seus empregos por causa de postagens nas redes sociais. Porém, a ferramenta serve tanto para os departamentos de Recursos Humanos (RH) ficarem de olho nos seus colaboradores quanto para contratarem novos funcionários. Os usuários das redes sociais, acima de tudo, precisam buscar o bom senso para ter um perfil que não atrapalhe sua vida profissional.
Consultora empresarial e colunista do Jornal de Beltrão, Melissa Faust costuma verificar as redes sociais quando recebe um currículo, assim como vários empresários e profissionais de RH também procuram. A rede social Linkedin, por exemplo, conta com ferramentas de recrutamento que permitem encontrar profissionais com formações e experiência profissionais específicas. “Costumo divulgar vagas no Facebook para receber currículos”, comenta Melissa.
O usuário das redes sociais interessado em um novo emprego deve estar atento aos conteúdos que compartilha, pois um recrutador que entra na rede social do candidato tem, principalmente, o objetivo de identificar valores e comportamento habitual, para avaliar previamente se a pessoa combina com a cultura da empresa.
“Por mais que uma rede social seja utilizada apenas como passatempo e contato com amigos, é possível ter uma ideia do que a pessoa se identifica, conforme o que costuma postar. Não vejo que a rede social seja uma boa forma de avaliar positivamente a pessoa, para isso é preciso entrevistá-la. Considero que a rede social pode revelar mais pontos negativos, se houver alguma postagem que o recrutador não concorda ou que não condiz com os valores da empresa, do que positivos”, avalia Melissa.
Seja sincero e natural
O candidato a um novo emprego pode ter dúvidas referentes a quais informações seu perfil numa rede social deve ter. Melissa orienta que o candidato seja sincero e natural, pois não adianta querer parecer um “profissional padrão”, porque isso não existe. “Depende de qual perfil a empresa procura. Por exemplo, já fiz contratação para uma franquia que procurava jovens com um perfil descolado, então looks ousados e tatuagens são até um ponto positivo neste caso.”
Rede social no trabalho pode?
De modo geral, as empresas não se importam que os colaboradores usem redes sociais no horário de trabalho, mas a liberdade não pode atrapalhar a produtividade. Caso isso aconteça, provavelmente o funcionário será chamado para aquela “conversinha”. As redes sociais fazem parte da rotina das pessoas e já conquistaram definitivamente um lugar nos seus trabalhos também.
É muito comum que se utilizem as redes sociais para contatar clientes e os colegas de trabalho. A ferramenta colabora para otimizar o tempo em se encontrar pessoas e ainda reduz custos, como o do telefone. “Mas se não for usada para fins profissionais, é até antiético ficar gastando o tempo de trabalho nas redes sociais. Algumas empresas proíbem o acesso nos computadores e os funcionários se escondem no banheiro para acessar o Facebook pelo celular. É uma situação complicada, porque algumas pessoas usam as redes sociais de forma compulsiva, consultando a cada curtida”, reflete Melissa.
Para a consultora, essa situação atrapalha e muito a produtividade, pois se o colaborador está atento ao celular o tempo todo, não está concentrado no trabalho. “Bom senso neste caso resolve o problema, o profissional precisa entender que se a rede social não está lhe ajudando, com certeza estará lhe atrapalhando”, conclui Melissa.
Débora Bianchin, psicóloga do departamento de recursos humanos da Marel, comenta que a empresa tem uma política que o colaborador não pode utilizar as redes sociais enquanto está no trabalho, tanto que os sites são bloqueados. “Mas tem horário que é liberado, nós temos a biblioteca informatizada e o wi-fi para usar pelo celular na sala de jogos. Nós orientamos que não pode fazer fotos, entre outros procedimentos. Acontece dos funcionários usarem no trabalho, os jovens sempre dão um jeitinho, mas nunca tivemos nenhum problema com isso”, comenta Débora.
Fernando Mondardo, analista do RH da Gralha Azul, conta que uso da internet da empresa só pode ser feito para fins profissionais e usam o Skype para comunicação interna. “O uso das redes sociais não é problema, desde que não interfira no trabalho. Nunca aconteceu um problema referente a isso, mas caso acontecesse, nós conversaríamos com o funcionário”, esclarece Fernando.