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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.212

27/05/2025

Relacionamentos com ensinamentos da igreja

Fazendo uma busca rápida no Google, a palavra relacionamento significa a ligação afetiva, profissional ou de amizade entre pessoas que se unem com os mesmos objetivos e interesses. De qualquer forma, todos os relacionamentos envolvem boa convivência, atitudes recíprocas e comunicação. No contexto afetivo, o termo surge e nem sempre é agradável para uma das partes, por isso, seguindo os preceitos evangélicos ou católicos é possível ter um “relacionamento” bom e que possa perdurar para sempre. 
Portanto, o JdeB procurou a pastora Patrícia Bonissoni, representando os evangélicos; também o bispo da Diocese Palmas-Francisco Beltrão, dom José Peruzzo, representando os católicos; além de um casal evangélico e outro católico para exemplificar bons relacionamentos que seguem os mandamentos da igreja. O texto tem a proposta de reflexão, por isso, para fechar, o psicólogo e psicanalista Érico Peres de Oliveira aborda o tema.

Opinião da pastora Patrícia Bonissoni

Pastora Patrícia Bonissoni.

Nós, evangélicos, pautamos nossa vida de acordo com os princípios cristãos.  Entendemos que todos os mandamentos de Deus são para o nosso bem, quando um pai diz a seu filho ainda criança que ele não deve mexer no fogo, por exemplo, é justamente para protegê-lo de queimaduras, assim compreendemos que, se Deus determinou que o relacionamento sexual deve ser para o casamento, é para o bem de ambos, para uma felicidade plena, física, psicológica e espiritual, pois ambos se tornam uma só carne. Por isso, aconselhamos nossos jovens a jamais aderirem a esta moda de “ficar”, onde não existe compromisso. 
Já o namoro cristão, deve ser uma fase de muita amizade, onde dois jovens que tenham um compromisso em primeiro lugar com Deus, passam a orar juntos, com a bênção da família, e se comprometem a um esperar pelo outro e se guardar um para o outro, sempre visando o casamento. Para nós, não existe namoro sem o objetivo claro do casamento.  
Inclusive, existe um movimento muito conhecido chamado “Eu escolhi esperar!”, do qual fazem parte até pessoas famosas, como, por exemplo, o David Luiz, da seleção brasileira. 
Sabemos que, quando obedecemos aos princípios da palavra de Deus, estamos valorizando a família, e principalmente valorizando a si mesmos. Ainda que hoje isto tenha caído de moda e pareça antiquado, gosto de lembrar que “o errado é errado ainda que todo mundo esteja fazendo, e o certo é certo mesmo que ninguém esteja fazendo”. 
Não posso afirmar que todos os jovens evangélicos seguem estes preceitos, isto seria utopia, mas aqueles que realmente têm compromisso com Jesus, podem testemunhar o quanto são felizes e realizados em todos os sentidos!

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Análise: Érico Peres Oliveira – Psicólogo e Psicanalista
A igreja, seja ela evangélica ou católica, funciona como um organizador social e moral. Ela traz regras e preceitos que acabaram por desenvolver uma borda. Ela explica e ensina, de certa forma, até onde se pode ir, ou seja, o que é certo ou errado. Logo, a igreja é um limitador. Algo que é extremamente útil, porém, pensando nos relacionamentos amorosos, o exagero pode ser perigoso. Nesse âmbito existem regras como, por exemplo, o sexo acontecer somente depois do casamento. Partindo de um pressuposto de que o casal precisa se conhecer por completo antes de optar para algo definitivo, como o casamento, é inviável o sexo não fazer parte dessa experiência inicial. 
Existem também direcionamentos que reduzem as atividades sexuais. Pensando que o casal precisa se reinventar sexualmente durante os anos de casamento, trata-se de outro ponto em que a regra pode atrapalhar. Importante lembrar também que a igreja não aceita a relação homossexual. Outra imposição que impede pessoas que gostariam de ter uma vida espiritual independentemente de seu direcionamento sexual. 
Enfim, as religiões e as igrejas possuem sua importância social e espiritual, todavia, os casais precisam saber discernir quando o exagero dessas regras pode atrapalhar a sua vida amorosa. O exagero, em qualquer aspecto, sempre é prejudicial. É interessante que cada indivíduo, ao decidir fazer parte de uma igreja, saiba como lidar e se adaptar diante das restrições que ela carrega. Trata-se de uma escolha muito particular. 

Breve visão da Igreja Católica acerca da convivência entre duas pessoas
Por Dom José Antônio Peruzzo

Dom José Antônio Peruzzo.

Desde os primeiros séculos do cristianismo a Igreja entendeu o matrimônio como uma expressão sacramental do amor humano. Isso significa, em breves palavras, que amor entre um homem e uma mulher é como que “transparência humana” do amor de Deus pelas pessoas. Para explicar melhor, podemos nos servir de um exemplo: o vidro não é a luz. Mas através do vidro se pode ver a luz. Longe de ser um obstáculo, o vidro é a grande possibilidade para que a luz se projete na inteireza do ambiente.
Se o amor humano é transparência do amor de Deus, então o homem é linguagem masculina dos afetos do Senhor pela mulher. A mulher é linguagem feminina do amor de Deus pelo homem. Eis a santidade, a nobreza e beleza da convivência matrimonial.
As pessoas que se amam, e por isso casam-se, percebem que a convivência implica também a capacidade de conviver com os limites e defeitos do outro. Quando tudo está sob a influência dos romances e paixões, parece que é uma “maravilhosa aventura”, mas não demora muito e os casais descobrem que é preciso paciência, respeito, solidariedade, partilhas, renúncias… agora sim, é verdade que existe o amor. Quando tudo era “lindo”, amar exigia pouco. Era até fácil.
Infelizmente, na cultura pós-moderna o individualismo se impõe com expressões quase tirânicas. E parece que silenciar, refletir, dialogar, renunciar, ceder, confiar… tudo isso que não pode faltar para uma nobre convivência, isso tudo se tornou semelhante à fraqueza. O resultado final é a dilaceração das relações das convivências.
Quem pretende fazer do matrimônio e da família uma experiência e um projeto verdadeiramente personalizado e nobre para si e para os outros, não precisa sonhar com grandezas. Precisa muito amadurecer e aprofundar a capacidade de entender o outro a partir do outro. Não a partir de si mesmo. Se se aprofundar nas disposições ao perdão e à vida simples, será capaz de ser um grande companheiro ou companheira. Para isso é preciso fé, é preciso espiritualidade.

 

O casal católico Deivid e Suzana com seus filhos.

O casal precisa viver a unidade e isso começa no namoro. O namoro é o alicerce do casamento, se você construir um alicerce de qualquer jeito, você sofrerá mais tarde. Namoro não é tempo de conhecer o corpo, e sim alma do outro. Não leve adiante um namoro “nas coxas”, namoro você pode terminar, casamento não. Não se pode iniciar a construção de uma casa pelo telhado, São Paulo diz que o corpo da mulher pertence ao marido e o corpo do marido pertence à mulher (1 Cor 7,4), a vida sexual é para o casamento. O relacionamento deve ser bom para os dois, seguindo os ensinamentos de Deus. Com muito respeito, fidelidade, harmonia, paz e principalmente amor. “Por vezes, pensa-se que é muito difícil, ou quase impossível, conservar castidade.” O motivo desta falsa opinião é que, frequentemente, a palavra castidade é entendida em sentido limitado demais. Pensa-se que a castidade é o domínio das paixões animalescas. Esta ideia de castidade é incompleta e falsa. (Gandhi) Com a graça de Deus, oração, vigilância e desejo de preservar-se um para o outro, a castidade é possível. A castidade é uma das maiores disciplinas. Deus quer e você consegue.

 

Emerson e Cibeli, casados há
seis anos, evangélicos da Igreja
Assembleia de Deus Vida Nova.

Nossa opinião sobre esse artigo será nossa própria experiência, do namoro até o casamento. Acreditamos que o respeito é o início de tudo. Para ter um casamento abençoado, o respeito começa no namoro. Além do respeito, tem o carinho, o companheirismo e os dois devem juntos buscar um relacionamento sério com Deus, para que a união seja forte e no futuro seu casamento seja abençoado pelo Senhor. O casamento é uma aliança com um círculo fechado, sem emendas, que representa um acordo do qual não deverá haver fim. Em Gênesis 2:24 diz: “É por isso que o homem deixa seu pai e sua mãe para se unir com sua mulher, e os dois se tornam uma só pessoa”. Assim constituindo sua família.

 

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