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Francisco Beltrão
terça-feira, 27 de maio de 2025

Edição 8.213

28/05/2025

Representante do núcleo das imobiliárias diz que mercado retraiu cerca de 30%

 

Reunião teve presença de representantes das imobiliárias, empresários e investidores do setor.

 

A retração do mercado imobiliário foi tema da reunião semanal da Associação Empresarial de Francisco Beltrão (Acefb), na terça-feira, dia 29. A palestra foi proferida pelo presidente do Núcleo das Imobiliárias de Francisco Beltrão (NIFB), Ivo Sendeski. Conforme disse, durante a realização da Copa do Mundo, houve forte retração nos negócios. Se considerar do ano passado para cá, o cenário é de queda de 30%. 

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Mas na opinião dele, este movimento é normal, principalmente com a redução do crédito e o aumento da taxa de juros (Selic). “O mercado imobiliário esteve em alta durante os últimos três anos e agora a tendência é que os preços e a demanda estabilizem. Não teve nada na economia que rendeu tanto quanto o imóvel.”

Sendeski afirma que muitas pessoas que tinham dinheiro sobrando investiram nesse mercado, mas um dos problemas de Francisco Beltrão é baixa oferta de imóveis que encaixem no programa do governo federal Minha Minha Vida. “Os terrenos comercializados em Francisco Beltrão estão com valores muito altos.” 

O lote mais barato, nos loteamentos novos, é encontrado por R$ 55 mil. Nos demais, gira entre R$ 60 mil e 130 mil. Ele também ressaltou a péssima qualidade da mão de obra na construção civil que há na cidade. “Quem é empreendedor ou construtor sabe muito bem disso”, sentenciou. 

Outro detalhe apresentado é que as pessoas interessadas não têm os valores necessários para dar a contrapartida na hora de financiar um imóvel. O MCMV financia imóveis com valor máximo de até R$ 115 mil. No entanto, o banco libera até 90% deste valor, o restante é contrapartida. Porém, disse, os agentes financeiros têm solicitado garantias maiores dos tomadores, de 20% a 30%, o que tem inviabilizado muitos financiamentos.

De outubro do ano passado para cá, os bancos se tornaram mais criteriosos para aprovar os cadastros, porque querem mais garantia. “Mais de 80% do que se vende é através de financiamento. Com a redução do crédito, nosso mercado também sofre as consequências.”

Segundo ele, quando os imóveis são ofertados por empreendedores, na maioria dos casos eles buscam lucro superior a 30%, ou seja, muito acima do valor de mercado. “Até 2012, tivemos empreendedores que chegaram a ter lucro de 50%, 60% e alguns chegaram a 100%. Então isso acostumou mal estes investidores. Como o mercado deu uma ajeitada, o lucro diminuiu.”

Fora do valor real
Ele afirma que apartamentos construídos em forma de condomínio e imóveis na planta estão vendendo bem. A procura é maior por apartamentos com três quartos e duas ou mais vagas de garagens. Apartamentos bem localizados com apenas uma vaga de garagem estão com dificuldade de venda, porque as famílias têm dois ou três veículos. 

Imóveis novos e velhos estão muito valorizados, fora do valor real, pois todo imóvel precisa ser depreciado pelo tempo de construção, padrão de construção, estado de conservação e necessidades de reparos. “Nesse caso fica difícil a venda porque existe a concorrência do imóvel novo, com padrão melhor, acabamento melhor. Tem imóvel assim desde o ano passado para vender e o mercado não aceitou.”

Os terrenos supervalorizados. De acordo com ele, o que mais tem na cidade são opções de lotes de terceiros (quase sempre supervalorizados). Foram adquiridos por investidores e especuladores com intuito de obter lucro imobiliário. “São pessoas que arriscaram no mercado, compraram com valores bem inferiores e hoje naturalmente querem vender com lucro.”

Há demanda para… 
O que mais está vendendo atualmente são terrenos, apartamentos de dois quartos (existem muitos prédios em andamento de até quatro pavimentos) sobrados geminados e casas de alto padrão. Até pouco tempo atrás nós tínhamos muita dificuldade de vender imóvel na planta, mas graças a credibilidade de algumas construtoras de nossa cidade e de alguns empreendedores quebramos esse paradigma. “Hoje, quando os prédios são lançados já tem 30% vendido.”

Loteamentos
Nem todos os loteamentos em obras estão com as suas licenças liberadas, pois são várias etapas até legalizá-lo. “O problema hoje é que alguns loteamentos têm que ser aprovados pelo município. Muitos acabam fazendo sem seguir as normas, chega na prefeitura e empaca.” Segundo ele, a legislação define como crime a venda de loteamentos que não estão totalmente registrado no cartório. A reunião teve também explanação do agente imobiliário Roberto Chiamente que falou sobre as diversas linhas de crédito disponíveis na Caixa.

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