Diante da escassez de cascalho, material é opção para garantir o tráfego em pontos críticos do interior.

No parque de exposições de Francisco Beltrão, a área onde ficava o parque de diversões na Expobel se tornou o depósito de rochas retiradas do túnel antienchentes. Estima-se que tenham sido extraídos mais de 40 mil m³ do material durante as escavações, mas o volume é bem maior devido à descompactação das pedras. O empolamento – fenômeno de expansão dos solos – deve aumentar em cerca de 50% o volume final de rochas e, somando ao que ainda será extraído no aprofundamento do Córrego Urutago, vai se aproximar dos 100 mil m³ de pedra.
A Prefeitura já tem alguns planos para utilizar todo esse material. Um deles é um projeto piloto que já está em prática: o município alugou um britador e está reduzindo o tamanho das rochas de basalto para aplicar as pedras em estradas rurais. Isso porque está cada vez mais difícil obter o licenciamento de cascalheiras para pavimentar as vias do interior e é preciso buscar alternativas ambientalmente e economicamente viáveis.
O secretário de Viação e Obras, Cláudio Borges, explica que o britador está fornecendo pedras com granulometria um pouco acima da brita convencional e abaixo do rachão. O município contratou o processamento de 5 mil m³, que custarão menos da metade do preço médio de mercado. O material está sendo aplicado em pontos críticos de algumas comunidades rurais, visando, principalmente, o tráfego de veículos pesados.

“Nosso interior se desenvolveu muito no últimos anos. Hoje, temos insumos para a lavoura chegando em caminhões trucados, semeadeiras e pulverizadores maiores, carregamentos de leite e carretas saindo com suínos e frangos, por isso o principal objetivo desses testes é verificar a eficiência do uso das pedras em pontos de maior dificuldade, principalmente as subidas, quando chove, pra que não fique nenhum veículo atolado.”
Nos pontos em que foi feita a pavimentação com pedras, Cláudio pede aos moradores que utilizam veículos menores, que tomem cuidado com a velocidade, pois podem ocorrer mais trepidações.
Projeto gabião
Outra possibilidade apontada pelo secretário é a de usar as rochas para construção de cabeceiras de pontes, garantindo maior durabilidade às obras. Hoje, é comum utilizar muro de arrimo (grandes blocos de pedra assentados) para construir as pontes, mas que acabam cedendo com o tempo e a força da água. “Queremos implantar o projeto gabião, construindo estruturas com pedras e malha de fios de aço para a estabilização de encostas”, diz Borges. O gabião é altamente eficiente por sua durabilidade, flexibilidade e poder de drenar as águas.