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A pandemia do coronavírus virou o mundo de ponta-cabeça. Todos os setores foram afetados de alguma forma. A agricultura continuou produzindo, mas para o presidente da Coopafi Central (Cooperativa Central da Agricultura Familiar Integrada do Paraná) é preciso discutir a produção sustentável de alimentos. “Não podemos pensar só em soja, temos que ter alimento mais seguro, comida próximo da gente, para que nos momentos de crise como já tivemos no passado com a greve dos caminhoneiros e agora com a pandemia, em que a economia do País parou, a gente não fique desabastecido. ”
Segundo ele, o maior desafio é romper as barreiras da monocultura, especialmente grãos. “Queremos a diversificação da propriedade, produção de leite, ovos, carne etc. Por que até onde é seguro pra nós que as famílias continuem plantando só soja. O que a pandemia ensina é que cooperativas precisam ter uma visão nova pra agregar renda às famílias para ter produto de qualidade e custo competitivo. ”
Pensando nisso, a cooperativa está incentivando os associados a trabalhar com a produção de ovos, numa parceria com a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). A ideia é que a produção de ovos seja uma alternativa às famílias, uma atividade a mais que pode ser trabalhada nas propriedades. “A ideia é ter um custo baixo e qualidade melhor que o padrão das grandes indústrias. ”
A sede da Coopafi Central está em reforma, recebendo cerca de R$ 500 mil em investimentos, onde funcionará a unidade de beneficiamento de ovos com certificação de inspeção do Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal). Depois de agrupados e beneficiados, seguem para os mercados da região. “O projeto do ovo é apenas um pontapé, um projeto piloto, o que está acontecendo com os ovos poderemos levar para as outras cadeias produtivas.”
Inicialmente, dez famílias estão cadastradas, cada uma com um investimento aproximado de R$ 10 mil para montar os galinheiros e o sistema de produção. Conforme aumentar a demanda pelo produto, mais famílias serão agregadas ao projeto. De acordo com Farias, o padrão sanitário atual para os pequenos produtores individualmente é inviável, mas, se pensar numa escala regional, é possível atender as normas. A Central Coopafi agrega nove cooperativas da região e em torno de 5.200 cooperados.